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Haddad: plano para minimizar efeitos de tarifaço tem como prioridade ‘proteger empregos’

Ministro disse que medidas serão anunciadas nos próximos dias; ele também deve se encontrar com o secretário do Tesouro dos EUA

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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Haddad comentou tarifaço dos EUA na portaria da Fazenda Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - arquivo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu que nos próximos dias o governo federal vai divulgar o plano de ações para minimizar os efeitos causados pelas tarifas impostas por Donald Trump sobre os produtos brasileiros. Segundo o titular da pasta, a prioridade vai ser a manutenção dos empregos dos setores mais vulneráveis.

Haddad também comentou que vai se reunir, mais uma vez, com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. A data, no entanto, ainda não foi confirmada. Para o ministro, mesmo com as tarifas impostas, o cenário atual é mais positivo do que o Brasil imaginava e “é um bom ponto de partida”.


“Vamos lançar parte do nosso plano de apoio e proteção à indústria brasileira, principalmente aos empregos no Brasil, e ao agro, quando for o caso, nos próximos dias. Dentro do plano de contingência já havia a previsão de medidas nessa direção [de proteção de empregos] e agora vamos calibrar, justamente à luz do que foi anunciado ontem, para que isso possa acontecer o mais rápido o possível”, explicou.

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O ministro também disse que o Brasil vai recorrer das tarifas impostas pelos Estados Unidos, mas reforçou que considera essa semana apenas um ponto de partida para as negociações.


“Como havíamos adiantado, entendemos que essa semana não é o ponto de chegada, é o ponto de partida de uma negociação. Na nossa opinião houve sensibilidade para algumas considerações que havíamos feito mais de uma vez [alertando] que isso não ia só afetar o trabalhador brasileiro, ia afetar o consumidor americano. Algumas das nossas observações foram evidentemente apreciadas e contempladas, mas estamos longe do ponto de chegada”, disse.

Apesar disso, o ministro avaliou que a situação é mais favorável do que o governo imaginava. Segundo o decreto divulgado ontem pelos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 700 produtos estariam isentos dessa taxa extra.


“Estamos em um ponto de partida mais favorável do que imaginávamos, mas longe do ponto de chegada. Há muita injustiça nas medidas anunciadas ontem, há correções a serem feitas, a setores afetados que não precisavam ser afetados e há casos que são dramáticos que deveriam ser considerados imediatamente”, disse.

“Obviamente vamos recorrer nas instâncias devidas, tanto nos Estados Unidos como organismos internacionais. Vamos recorrer dessas decisões no sentido de sensibilizar”, acrescentou.


Os próximos passos

Haddad adiantou que deve se reunir novamente com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, em uma nova tentativa de negociação. “A assessoria do secretário Bessent fez contato comigo e finalmente vai agendar uma segunda conversa”, disse, sem informar, no entanto, uma data prevista.

Em sua avaliação, Haddad reforçou que a decisão de ontem não é um ultimato para o Brasil. “O que foi decidido ontem pode ser revisto. Vamos sentar de novo e, repito, essa semana é um começo de uma conversa mais racional, mais sóbria, menos apaixonada”.

Para o titular da Fazenda, o momento também requer explicar aos norte-americanos como funciona o sistema judiciário do Brasil e a independência dos poderes. “Temos que explicar [que as sanções] ao ministro da Suprema Corte não é o caminho de aproximação dos dois países”, declarou.

O ministro, sem citar nominalmente o deputado Eduardo Bolsonaro, avaliou que a atuação do parlamentar fragiliza o Brasil. “Está havendo desinformação. É muito diferente [o cenário de negociação] quando se tem uma força interna trabalhando contra os interesses do Brasil. Isso fragiliza o país, não é bom para a democracia e não concorre com os interesses internacionais”, declarou.

Eduardo Bolsonaro chegou a declarar que tentaria impedir o sucesso das negociações de uma comitiva de Senadores que estavam nos Estados Unidos nesta semana e tentavam reduzir as tarifas anunciadas por Donald Trump.

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