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R7 Brasília

Haddad diz que isenção do IR vazou antes da hora: ‘Não adianta se queixar do mercado’

Informação de que quem ganha até R$ 5.000 não pagaria o imposto foi divulgada antes de apresentação do governo, segundo ministro

Brasília|Do R7, em Brasília

Haddad lamentou que informação tenha sido vazada
Haddad lamentou que informação tenha sido vazada Reprodução/RECORD

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou em entrevista exclusiva à RECORD que o vazamento de dentro do governo da informação sobre a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 na véspera do anúncio oficial foi a causa do ruído com o mercado financeiro. Em conversa com o jornalista Luiz Fara Monteiro nesta sexta-feira (29), o ministro declarou que a falta de informações adicionais gerou uma “leitura equivocada” do pacote fiscal divulgado pelo governo na quarta (27).

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O ministro afirmou não saber a origem da exposição antecipada da informação sobre o IR. “Não adianta se queixar do mercado. ‘Ah, o mercado leu errado’. Cuida da comunicação, não deixa a informação vazar. Quando vazar, tem uma autoridade constituída para explicar, e aí você não vai ter problema. O que me contrariou é o fato de não ter sido explicado da maneira correta, é o fato de que você permitiu uma leitura muito equivocada do que estava sendo proposto”, criticou.

Haddad disse ainda não saber quem divulgou a informação antes da hora. “Eu lamentei o vazamento. Eu não sei de onde vazou, mas é muito desagradável quando você não percebe o nível de responsabilidade do agente público no patamar exigido pelo seu mandato, pelo exercício da sua função”, acrescentou o ministro, ao cobrar mais responsabilidade das autoridades públicas.

“Você tem que ser muito cioso de que, quando você vaza uma informação de governo sem que a divulgação seja feita com a pompa e circunstância devidas, em respeito ao cidadão, você vai ter problema de leitura”, lamentou.


Na avaliação de Haddad, o vazamento foi mais grave que a apresentação combinada da ampliação da isenção do IR e do pacote do governo para redução de despesas.

“Pior do que ser divulgado conjuntamente, é ser vazada de véspera, porque aí ninguém entendeu. Quando vazou a informação de véspera, as pessoas começaram a misturar uma coisa com a outra. Por que o dólar recuou hoje? Em função das explicações que estão sendo dadas", analisou.


“Uma coisa é a reforma da renda, que é neutra do ponto de vista fiscal. Se dermos isenção para quem ganha menos de R$ 5.000, isso tem de ser compensado por quem ganha mais de R$ 50 mil e não paga, então tem que encontrar um equilíbrio. As medidas fiscais, não. Essas são para conter despesas mesmo. Aí a pergunta de alguns foi ‘como o governo manda medidas para conter gastos e manda isenção do Imposto de Renda? É uma contradição’. Na verdade, não existe contradição, são duas coisas completamente diferentes”, explicou.

Dólar a R$ 6

O dólar bateu recorde pelo terceiro dia seguido e fechou a R$ 6 nesta sexta (29), refletindo o estresse do mercado financeiro com o pacote fiscal do Executivo.


Desde quarta (27), a moeda tem escalado e chegado na barreira dos R$ 6. A medida do governo irritou o mercado e, agora, também há o temor em relação aos impactos do câmbio na inflação.

Pela manhã, a moeda americana chegou a R$ 6,11. No fim do pregão, o dólar registrou alta de 0,19%, cotado a R$ 6,0005. A mínima do dia foi de R$ 5,9564, e a máxima, de R$ 6,1156 — também novo recorde intradiário.

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