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Homem que matou o pai a facadas no DF sofria de delírios psicóticos

Um laudo psiquiátrico pedido pela Polícia Civil em 2021 já atestava que o agressor tinha delírios de perseguição em relação ao pai

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, em Brasília (DF)
2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, em Brasília (DF)

O homem de 29 anos que matou o próprio pai, de 66, a facadas na Asa Norte, em Brasília, neste domingo (20), apresentava "juízo da realidade prejudicado" e "sofria de delírios persecutórios". É o que diz um laudo do IML (Instituto Médico-Legal) de 2021, emitido a pedido da 2ª Delegacia de Polícia Civil, responsável pela região em que o crime aconteceu.

Investigadores pediram o exame psiquiátrico depois que o homem compareceu à delegacia no ano passado e denunciou o pai por estupro de vulnerável. Segundo nota divulgada pela Polícia Civil, a denúncia foi apurada e chegou-se à conclusão de que as informações repassadas pelo filho à época não procediam.

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A ocorrência foi registrada pelo agressor contra o pai em junho de 2021. Na denúncia, o homem afirmava ter sofrido abusos em 1998, quando tinha 4 anos. O delegado instaurou inquérito para apurar o crime e ouviu testemunhas e familiares dos envolvidos. Todas as pessoas procuradas teriam negado as acusações.

"Foram ouvidas diversas testemunhas, entre elas familiares dos envolvidos, os quais desconhecem as situações apontadas pelo denunciante e inclusive rechaçaram episódios de violências e agressões que também seriam vítimas do mesmo investigado, de acordo com o relato do comunicante", informou a nota da Polícia Civil.


Versões conflitantes

Ainda de acordo com o texto, investigadores perceberam, à medida que investigavam o suposto crime, que o filho apresentava versões isoladas de fatos que se contradiziam. Por conta disso, os policiais decidiram encaminhar o filho ao IML, para um exame psiquiátrico, "o qual apontou que o demandante apresenta juízo de realidade prejudicado, com delírios persecutórios direcionados principalmente ao pai".

Os médicos concluíram que o denunciante estava tendo surtos psicóticos e tinha indicação de tratamento psiquiátrico. "Desta forma, com base em todas as provas coligidas no inquérito policial que apurou o suposto estupro de vulnerável, a 2ª DP concluiu que o fato narrado pelo comunicante não existiu, sendo sua alegação fantasiosa e desprovida de realidade", conclui a nota.


O crime

Neste domingo (20), o filho foi até o apartamento do pai, no 1º andar de um bloco na Superquadra 408 Norte, e, após uma discussão, usou um canivete do tipo borboleta para desferir vários golpes na vítima. O crime aconteceu por volta das 12h. Militares do Corpo de Bombeiros socorreram o idoso e o levaram para o Hospital de Base do DF, mas ele não resistiu aos ferimentos.

Após golpear o pai, o homem saltou da sacada do apartamento e descartou a lâmina, mas permaneceu na região. Policiais militares encontraram o canivete e prenderam o suspeito. A ocorrência foi registrada na 5ª Delegacia de Polícia Civil (área central).

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