O adolescente infectado com raiva humana no Distrito Federal continua internado em estado grave, informou a Secretaria de Saúde nesta terça-feira (12). O jovem tem entre 15 e 19 anos e foi arranhado por um gato em 20 de maio, mas os sintomas só começaram a aparecer cerca de duas semanas depois. Ele está internado desde o dia 20 de junho em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Esse é o primeiro caso de raiva em humanos em 44 anos no Distrito Federal. A última vez que a capital havia registrado a doença em seres humanos foi em 1978. Houve um caso em um cão em 2000 e, em em 2001, em um gato. No início de junho, o governo confirmou um caso de raiva bovina na região de Brazlândia. Por causa do caso registrado em humano, o governo decidiu antecipar a campanha de vacinação antirrábica. Em quatro dias, 36.647 cães e gatos foram imunizados. A expectativa é vacinar pelo menos 80% da população animal no DF. No Brasil, de janeiro a julho deste ano, as secretarias de Saúde dos estados e do Distrito Federal receberam cerca de 12,5 milhões de doses de vacinas antirrábicas. Por ser uma doença de extrema importância para a saúde pública, devido à letalidade de aproximadamente 100% dos casos, a raiva pode ser prevenida e até mesmo eliminada do ciclo urbano por meio da vacinação.Leia também: Casos de raiva humana em MG são os únicos do Brasil em 2022 Entre 2010 e 2021, o país teve 40 notificações confirmadas da doença. A raiva é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente por meio de mordidas. O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano. Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença. A morte do animal acontece, em média, entre cinco e sete dias após o aparecimento dos sintomas. Os sintomas da raiva, segundo o Ministério da Saúde, são inespecíficos. Entre eles, o paciente pode apresentar: • mal-estar geral; • febre; • anorexia; • dor de cabeça; • náuseas; • dor de garganta; • entorpecimento; • irritabilidade; • inquietude; • sensação de angústia. Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua também podem ocorrer quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, o que é chamado de hidrofobia. Esses espasmos evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias. O período de evolução do quadro clínico, depois dos primeitos sintomas até o óbito, é, em geral, de dois a sete dias.