Ex-ministro da Defesa foi alvo de críticas de apoiadores de golpe, diz defesa
Segundo o advogado, Paulo Sérgio Nogueira sofreu ataques virtuais pela ‘sabida postura democrática’ do militar
Brasília|Victoria Lacerda e Rafaela Soares, do R7, em Brasília
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O advogado Andrew Fernandes, que representa Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa do governo de Jair Bolsonaro, contestou as acusações e reafirmou a postura “democrática” do cliente, além do posicionamento contrário ao golpe de Estado.
“Ele atuou ativamente para demover o ex-presidente da República de qualquer medida nesse sentido. Ele não fazia parte dessa organização criminosa”, afirmou na sustentação oral no julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira (3).
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O advogado ainda destacou a postura do ex-ministro durante os episódios de tensão. “Ele se manifestou totalmente contrário a qualquer medida de exceção. Atuou para garantir unidade e disciplina, para que nenhum comandante levantasse qualquer proposta irregular. Na reunião do dia 14 de dezembro, ele deixou claro que todos deveriam falar a mesma língua e se opor a qualquer tentativa de medida extraordinária.”
Fernandes ainda afirmou que o então ministro temia que “lideranças isoladas” poderiam tomar decisões para comprometer a estabilidade institucional. “O receio do general Paulo Sérgio era justamente evitar que alguma liderança isolada tomasse decisões que pudessem comprometer a estabilidade institucional. Ele sempre atuou com responsabilidade, honrando a memória de Caxias e a unidade das Forças Armadas, contrário a qualquer mudança de exceção.”
Ataques
Segundo a defesa, as acusações contra Paulo Sérgio não se sustentam, porque ele não estaria “envolvido em nenhuma função ilícita”.
“Ele sofreu ataques virtuais, e isso ficou claro durante o interrogatório. O general soube se defender, pois também foi alvo dessas mensagens. Nas redes sociais, circulavam textos como: ‘Esse aí não foi que botou na tora das Forças Armadas? Paulo Sérgio Nogueira?”, pontuou a defesa.
Para o advogado, Paulo Sérgio “atuava ativamente para impedir qualquer medida de exceção, e qualquer tentativa de imputar conduta ilícita é totalmente infundada.”
“Para inglês ver”
Durante a defesa, o advogado chamou de foi “infeliz” a fala do general sobre a fiscalização das urnas eletrônicas ser para “inglês ver”. Ele diz que a parceria entre o Ministério da Defesa e a Justiça Eleitoral sempre rendeu bons frutos, como o teste de integridade com biometria.
“Uma fala infeliz, que foi superada. Porém, volto ao Cícero: uma coisa é mal dizer, outra é acusar. Essa fala não tem nada a ver com o ofício nem com a própria Justiça Eleitoral”, disse, citando o famoso advogado e político romano.
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Nota
Fernandes também fez referência a uma nota divulgada pelo então Ministério da Defesa sobre o relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas.
Na época, a pasta disse que “o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022″.
Porém, segundo o advogado, o posicionamento foi feito porque “algumas pessoas estavam associando o relatório com fraude, e a Unidade da Defesa esclareceu e falou que o nosso trabalho era só de fiscalização.”
“Como poderia o general Paulo Sérgio, com essa nota do dia 10 de novembro, estar associado à trama, se, segundo a principal testemunha de acusação, brigadeiro Batista Júnior, nesse mesmo período, ele estava atuando para demover o presidente da República?”
Perguntado pela ministra Carmén Lúcia, o advogado explicou que o Paulo Sérgio queria “demover” o então presidente da República ”de adotar qualquer medida de exceção".
“Melancia”
Segundo o advogado, o cliente foi chamado de ‘melancia’, tido por alguns como frouxo", mas reforçou que confia nas instituições.
“O direito vai prevalecer, a justiça será feita e a verdade será restabelecida. Por fim, gostaria de reafirmar essa confiança”, pontuou.
Perguntas e Respostas
Quem é Paulo Sérgio Nogueira e qual é sua relação com o governo de Jair Bolsonaro?
Paulo Sérgio Nogueira foi ex-ministro da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele é representado pelo advogado Andrew Fernandes, que defende sua postura democrática e contrária ao golpe de Estado.
Quais são as acusações feitas contra Paulo Sérgio Nogueira?
As acusações contra Paulo Sérgio Nogueira incluem ataques virtuais e alegações de envolvimento em ações ilícitas. No entanto, sua defesa afirma que ele não estava envolvido em nenhuma função ilícita e que as acusações não se sustentam.
Como a defesa de Paulo Sérgio Nogueira se posiciona em relação às acusações?
A defesa, representada pelo advogado Andrew Fernandes, contesta as acusações, afirmando que Paulo Sérgio atuou ativamente para evitar qualquer medida de exceção e que sempre buscou garantir a unidade e disciplina nas Forças Armadas.
Qual foi a postura de Paulo Sérgio Nogueira durante os episódios de tensão?
Paulo Sérgio Nogueira se manifestou contra qualquer medida de exceção e atuou para que nenhum comandante levantasse propostas irregulares. Ele enfatizou a importância de todos falarem a mesma língua e se oporem a tentativas de medidas extraordinárias.
O que a defesa diz sobre os ataques virtuais sofridos por Paulo Sérgio Nogueira?
A defesa afirma que Paulo Sérgio sofreu ataques virtuais e que ele soube se defender durante o interrogatório, destacando que circulavam mensagens nas redes sociais questionando sua integridade.
Como a defesa avalia a fala de Paulo Sérgio sobre a fiscalização das urnas eletrônicas?
O advogado reconheceu que a fala de Paulo Sérgio sobre a fiscalização das urnas eletrônicas foi “infeliz”, mas destacou que a parceria entre o Ministério da Defesa e a Justiça Eleitoral sempre trouxe bons resultados.
Qual foi a posição do Ministério da Defesa sobre o relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas?
O Ministério da Defesa esclareceu que o trabalho dos técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação não apontou fraudes, mas também não excluiu a possibilidade de inconsistências.
O que o advogado disse sobre a associação de Paulo Sérgio Nogueira a uma trama?
O advogado argumentou que não faz sentido associar Paulo Sérgio a uma trama, uma vez que, segundo a principal testemunha de acusação, ele estava atuando para demover o presidente da República de adotar medidas de exceção.
Como Paulo Sérgio Nogueira é visto por alguns críticos?
Alguns críticos chamaram Paulo Sérgio de “melancia” e o consideraram frouxo. No entanto, ele reafirma sua confiança nas instituições e na justiça, afirmando que a verdade será restabelecida.
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