Justiça italiana deve nomear perito judicial médico para analisar saúde de Zambelli
Defesa da deputada licenciada, que está presa na Itália, também vai indicar perito particular para ajudar no caso
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O juiz italiano Aldo Morgigni deve nomear nesta quarta-feira (13) um perito judicial médico para analisar as condições de saúde da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa em Roma desde o fim de julho.
A ação, segundo o advogado Fabio Pagnozzi, que defende a deputada, faz parte de uma segunda etapa da audiência de custódia da parlamentar.
Em 1° de agosto, a deputada ficou durante 3 horas dando a própria versão sobre o que a levou a fugir para a Itália após ser condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a dez anos de prisão. Naquele dia, a Justiça manteve a prisão da parlamentar.
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Morgigni é o juiz substituto do caso. Em virtude das argumentações da deputada sobre as condições de saúde — ela alega questões de saúde mental, como duas tentativas de suicídio, e questões da saúde física —, o ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, solicitou a nomeação de um perito no caso.
A defesa da parlamentar também vai indicar um perito particular para auxiliar na análise e espera que as conclusões sejam favoráveis para a parlamentar conseguir o relaxamento da prisão para detenção domiciliar, uso de tornozeleira eletrônica ou, até mesmo, a liberdade provisória.
Datas indefinidas
Pagnozzi explicou que não sabe se as conclusões da perícia sairão no mesmo dia, pois o especialista precisará analisar laudos e o estado de saúde da parlamentar.
No entanto, a defesa vai tentar, no mesmo dia, pedir a antecipação do relaxamento da prisão.
Detida desde 29 de julho, a deputada permanece no presídio feminino Germana Stefanini, localizado na região de Rebibbia, em cela compartilhada.
Com relação à extradição de Zambelli, a defesa explicou que os desdobramentos do pedido feito pelo Brasil só devem acontecer a partir da próxima semana.
Eles aguardam uma manifestação do ministro da Justiça da Itália sobre a questão. A expectativa do advogado é de que Carlo Nordio negue a extradição da deputada.
Na semana passada, em carta escrita de dentro da prisão, Zambelli voltou a citar inocência e disse estar “de consciência tranquila”. A carta foi divulgada na última quarta-feira (6).
“Quero me pronunciar que estou sendo ‘Forte e Corajosa’, mantendo a fé e a cabeça erguida, uma consciência tranquila de alguém inocente”, diz trecho da carta.
Viagem à Itália e julgamento sobre porte de arma
Licenciada desde 5 de julho por 127 dias, Zambelli foi para a Itália no início de junho. A defesa sustenta que a parlamentar se apresentou voluntariamente às autoridades italianas no dia em que foi presa.
Em vídeo divulgado após a prisão, a deputada declarou não ter intenção de retornar ao Brasil, mas manifestou disposição para cumprir pena em território italiano.
Condenada pelo STF a dez anos de prisão, Zambelli também perdeu o mandato e foi sentenciada ao pagamento de multa de R$ 2 milhões. A decisão se refere à invasão dos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Nesta semana, o STF volta a julgar a deputada por pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. A análise foi marcada para a próxima sexta-feira (15) no plenário virtual.
O caso remonta a outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, quando Zambelli se envolveu em uma discussão com um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma rua de bairro nobre de São Paulo.
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