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Lewandowski afirma que não há evidências de ação em larga escala de espiões russos no Brasil

Ministro comenta que existe um caso isolado sob responsabilidade do STF e que a PF só vai agir após decisão do Supremo

Brasília|Beatriz Oliveira*, do R7, em Brasília

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Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirma que não há indícios de atividade espiã em larga escala no Brasil Lula Marques/Agência Brasil

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, minimizou nesta quinta-feira (22) as afirmações sobre a formação de espiões russos no Brasil. Segundo o ministro, “não há nada de concreto de que há uma ação em larga escala” de espionagem russa ou de qualquer outro país.

Lewandowski disse ainda que existe um caso isolado sob responsabilidade do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele afirmou que “quando o Judiciário decidir, o governo brasileiro tomará a decisão correspondente à decisão da Corte”.


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“Enquanto não houver, digamos assim, uma ação criminosa, não é o caso de a Polícia Federal ingressar na questão. Se for uma questão de inteligência, existem outros organismos que cuidam disso de um ponto de vista mais genérico, mais macro”, disse o ministro.

A declaração foi feita durante uma reunião da Interpol com autoridades de polícia dos países da América do Sul. Na ocasião, os líderes discutiram sobre cooperação para o combate ao crime organizado.


‘Fábrica’ de espiões no Brasil

Uma reportagem publicada pelo jornal americano The New York Times nessa quarta-feira (21) apurou que serviços de inteligência russos estariam infiltrando no Brasil agentes para operações internacionais.

Segundo o veículo, o Brasil não está no alvo das espionagens e é utilizado por permitir fácil acesso à falsificação de identidades e passaportes. Com isso, os agentes poderiam entrar despercebidos em países da América do Norte e da Europa.


Há três anos, a Polícia Federal iniciou uma operação sigilosa para rastrear esse tipo de atividade. Ao menos nove espiões russos foram detectados e seis deles nunca haviam sido identificados publicamente.

A investigação ganhou força após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.


Um dos casos com maior repercussão foi o de Sergey Cherkasov, que usava a identidade falsa de Victor Muller Ferreira. Ele utilizou um passaporte brasileiro falsificado para se infiltrar no Tribunal Penal Incernacional, na Holanda, como estagiário.

Após voltar para São Paulo, ele foi preso pela Polícia Federal, acusado de usar documentação falsa.

A investigação revelou que os espiões obtinham certidões de nascimento legítimas, muitas vezes explorando vulnerabilidades no sistema brasileiro, como a possibilidade de registrar nascimentos em áreas rurais com apenas duas testemunhas. Com esses documentos, eles conseguiam carteiras de identidade, registros de eleitor e passaportes genuínos.

*Sob supervisão de Leonardo Meireles

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