Lula cobra ajuda global para proteger florestas: ‘É hora de a Amazônia falar para o mundo’
Durante encerramento do G20 Social, o presidente voltou a dizer que os países ricos precisam ajudar a financiar a proteção das florestas
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar países ricos a financiarem a proteção das florestas brasileiras. Durante encerramento do G20 Social, neste sábado (16), Lula afirmou que a Amazônia é assunto e interesse mundial recorrente, e que a série de eventos mundiais sediados no país representa uma oportunidade para os brasileiros apontarem e reivindicarem as próprias necessidades e desejos.
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“Agora chegou a hora de a Amazônia falar para o mundo o que nós queremos. As pessoas têm que saber que, embaixo de cada copa de árvore, tem um ser humano, tem um pescador, tem um seringueiro, tem um indígena, tem um pequeno trabalhador rural, tem um extrativista”, introduziu Lula. O presidente associou o trabalho de proteção que essa população carrega com a necessidade de garantir direitos básicos a ela. “Para que a gente possa proteger a nossa floresta, seu povo tem de comer. E para ele comer, os países ricos têm que ajudar a financiar a proteção da nossa floresta.”
O tema, na avaliação de Lula, precisa ser discutido na Cúpula do G20, que começa oficialmente na segunda-feira (18). Ele também ressaltou dois outros grandes eventos que serão sediados no país em 2025: a Cúpula dos Brics e a COP30. Para o presidente, a sociedade civil tem um papel importante na definição de estratégias globais, com foco na questão climática e na busca por igualdade e paz.
“Gritem, protestem, reivindiquem, senão as coisas não acontecem”, disse Lula à sociedade civil, pedindo a continuidade dos encontros e proposições. “Que o G20 Social continue abrindo cada vez mais discussões para o engajamento da cidadania.”
O G20 Social produz debates, conversas, mesas temáticas, grupos de engajamento e demais frentes de atuações. O Brasil apresentou feiras com três temáticas: sustentabilidade, combate à fome e cultura dos povos.
Pautas globais
Lula também aproveitou o discurso para destacar a necessidade dos representantes do G20 de “romper com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas”. “O G20 precisa discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas. Precisa ouvir a juventude, que enfrentará as consequências das tarefas que deixarmos inacabadas. Precisa preservar o espaço público, para que o extremismo não gere retrocessos nem ameace direitos. Precisa se comprometer com a paz, para que rivalidades geopolíticas e conflitos não nos desviem do caminho do desenvolvimento sustentável.”
O G20 é formado por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia e União Africana. O grupo responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial.