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R7 Brasília

Lula diz não aceitar vitória de Maduro ‘nem da oposição’ e volta a pedir provas do resultado

Venezuelanos foram às urnas em 28 de julho e, mesmo mais de um mês depois do pleito, a nação enfrenta um impasse político

Brasília|Ana Isabel Mansur e Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Afirmação foi feita nesta sexta-feira (30) Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (30) não “aceitar” a vitória de Nicolás Maduro e, até mesmo, da oposição nas eleições venezuelanas. O petista voltou a defender transparência e pediu provas que afirmassem os resultados do pleito na Venezuela. Os venezuelanos foram às urnas em 28 de julho e, mesmo mais de um mês depois do pleito, a nação enfrenta um impasse político entre Maduro e a oposição, representada nas eleições pelo candidato Edmundo González. Parte da comunidade internacional também não reconhece o resultado.

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Lula comentou, ainda, a necessidade das atas das eleições passarem pelo colégio eleitoral do país e negou questionar a Suprema Corte venezuelana. Na semana passada, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ratificou a vitória de Maduro e considerou que a oposição falsificou os dados apresentados para contestar o resultado do pleito. Há 15 dias, Lula sugeriu que o país vizinho faça novas eleições, em meio ao impasse.

“O que estamos exigindo? A Venezuela tinha um colégio eleitoral com três pessoas do governo e duas da oposição. Era esse colégio que tinha que dar o parecer sobre as atas. Acontece que Maduro não ouviu esse colégio, passou direto para a Suprema Corte. Não estou questionando a Suprema Corte, apenas acho que, corretamente, deveria passar pelo colégio eleitoral, criado para esse fim. Então, não aceito a vitória dele nem da oposição. Não tem prova, estamos exigindo a prova. Obviamente que ele tem o direito de não gostar, eu falei que era importante que convocasse novas eleições”, disse Lula.

O chavista foi declarado vencedor pelo órgão eleitoral venezuelano um dia depois da votação. Como o governo venezuelano não apresentou as atas eleitorais, que contêm os dados das urnas de cada zona, González afirma ter recebido cerca de 70% dos votos. Sem a divulgação das informações, o Brasil não reconhece nem refuta a suposta reeleição de Maduro.


“O Maduro que cuide de lá, ele que arque com as consequências do gesto dele e eu com as minhas. Eu tenho consciência política de que tentei ajudar muito, mas muito”, afirmou, ao declarar que não sabe o que Maduro fez. “Ele fez uma opção política”, acrescentou, durante entrevista a uma rádio paraibana.

O petista se pronunciou pela primeira vez sobre as eleições na Venezuela dois dias depois da votação, quando afirmou que não há nada “grave” nem “anormal” no processo eleitoral do país vizinho. Há cerca de duas semanas, Lula declarou que o governo de Maduro é um regime “muito desagradável”, mas não chega a ser uma ditadura, apesar do viés autoritário.


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