Lula diz ‘não se meter’ no assunto Bolsonaro com tornozeleira: ‘É um problema da Justiça’
Ex-presidente é monitorado eletronicamente desde sexta (18); ele também não pode sair do DF nem usar redes sociais
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quis comentar a decisão judicial que determinou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o uso de tornozeleira eletrônica. Em conversa com jornalistas no Chile, nesta segunda-feira (21), o petista afirmou que o assunto é “um problema da Justiça”.
“Não vou dar palpite sobre uma questão da Justiça. Ele está sendo julgado e denunciado. Pode ser absolvido ou culpado, é um problema da Justiça. Não me meto nisso”, declarou.
Lula foi a Santiago para participar de um evento em defesa da democracia com outros presidentes de esquerda.
Desde a última sexta-feira (18), Bolsonaro usa tornozeleira eletrônica e está com acesso proibido às redes sociais. As medidas foram decretadas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
No mesmo dia, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão na residência do ex-presidente em Brasília (DF).
Restrições
Além de ser monitorado, Bolsonaro não pode sair de casa entre 19h e 7h de segunda a sexta-feira — e em nenhum horário aos fins de semana e feriados.
O ex-presidente também está proibido de sair do Distrito Federal e de conversar com o filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.
Bolsonaro também não pode se aproximar de embaixadas e consulados, nem manter contato com embaixadores ou outras autoridades estrangeiras.
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Após a decisão de Moraes, a Primeira Turma da Corte formou maioria no plenário virtual para manter as medidas. Nesse formato, os ministros apresentam os votos de maneira remota no sistema do STF, sem discussão.
Tumulto
A reunião de Bolsonaro e aliados na Câmara dos Deputados nesta segunda (21) acabou em tumulto. Segundo relatos, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se feriu.
A saída do ex-presidente provocou empurra-empurra. Jornalistas caíram durante a movimentação e uma mesa do Salão Verde foi quebrada.
A confusão começou na saída de Bolsonaro da sala da liderança do PL e seguiu por duas escadarias do Congresso. Na última delas, Bolsonaro parou, mostrou a tornozeleira eletrônica e classificou o objeto como “o símbolo máximo da humilhação”.
“Não trafiquei ninguém. Isso daqui [a tornozeleira] é o símbolo máximo da humilhação”, afirmou.
A declaração contraria decisão do ministro Alexandre de Moraes, que proibiu o ex-presidente de aparecer em redes sociais.
As falas na saída da Câmara não estavam previstas, segundo relataram ao R7 três deputados que participaram do encontro.
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