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Lula diz que não há contradição em Brasil fazer parte da Opep+ 

ONGs ambientais criticaram adesão do país ao grupo que é considerado um dos maiores produtores de petróleo do mundo

Brasília|Agência Estado

Lula avalia ingresso no Opep+ como oportunidade
Lula avalia ingresso no Opep+ como oportunidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que não vê contradição em que o Brasil passe a aderir, em janeiro do ano que vem, à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), grupo expandido que agrega os 13 membros da Opep e mais dez países. O pronunciamento de Lula foi feito em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, antes de ele embarcar para a Alemanha, na manhã deste domingo (3). O governo recebeu duras críticas de organizações não governamentais ambientais por ter aceitado o convite dos membros da Opep de adesão ao grupo.

Para Lula, contudo, a participação do Brasil é uma forma de discutir o investimento de países ricos e que têm petróleo em nações pobres do continente africano, da América Latina e da Ásia. “Eles [países ricos da Opep] podem financiar o etanol, o biodiesel, a [energia] eólica e solar, e o hidrogênio verde”, afirmou o presidente.

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“Eu acho que é participando desse fórum que a gente vai convencer as pessoas que uma parte dos recursos ganho com o petróleo deve ser investido para a gente ir anulando o petróleo e criando alternativas. É isso que nós vamos fazer e é muito importante. Não tem nenhuma contradição. O Brasil não será membro efetivo da OPEP nunca, porque nós não queremos. O que nós queremos é influir", declarou.

A medida, no entanto, não agradou aos ambientalistas. O diretor de programas do Greenpeace Brasil, Leandro Ramos, afirmou que o “Brasil diz uma coisa, mas faz outra na COP28”. É inaceitável que o mesmo país que afirma defender o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C anuncie agora sua aliança com o grupo dos maiores produtores de petróleo do mundo”, disse.


Representante da 450.org na América Latina, Peri Dias questionou se o Brasil pretende ser “um líder climático ou um Estado dependente de combustíveis fósseis“. “[O Brasil] não pode ser os dois ao mesmo tempo. Ele precisa pressionar firmemente pelo completo abandono do petróleo, gás e carvão no texto final da COP28”, afirmou.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também na agenda do COP28 em Dubai, defendeu o ingresso do Brasil ao Opep+. Alinhado ao discurso de Lula, o ministro disse que a medida é uma oportunidade para o Brasil debater a transição energética em todo o mundo.

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