Lula diz que pode indicar negro ou mulher para o STF e não descarta Dino
O presidente afirma que o ministro da Justiça é qualificado, mas que precisa pensar onde ele seria 'melhor para o Brasil'
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília, e Augusto Fernandes, da Record TV
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (27) que pode indicar uma mulher ou uma pessoa negra para o Supremo Tribunal Federal (STF) para ocupar a vaga deixada por Rosa Weber, que se aposentou no início deste mês.
O presidente afirmou ainda que cogita nomear Flávio Dino, mas ressaltou que precisa avaliar se ele "é melhor para o Brasil" no STF ou à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Lula deu as declarações durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. O presidente disse que Dino "é uma pessoa altamente qualificada", mas afirmou ter em mente "algumas pessoas da mais alta qualificação política deste país" para assumir a vaga no Supremo. O presidente ressaltou que não vai escolher ninguém por amizade.
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"Se eu falar para você o que eu penso do Flávio Dino, eu tenho medo que a manchete do jornal seja 'Lula tem preferência por Flávio Dino'. Eu não escolho com o critério da amizade", respondeu o presidente.
"Obviamente que eu sou obrigado a reconhecer que o Flávio Dino é uma pessoa altamente qualificada do ponto de vista do conhecimento jurídico, altamente qualificada do ponto de vista político. É uma pessoa que pode contribuir muito. Mas eu fico pensando: onde o Flávio Dino será mais justo e melhor para o Brasil? Na Suprema Corte ou no Ministério da Justiça? Aí tem outra questão que eu fico pensando: onde ele será mais justo?", acrescentou Lula.
O presidente garantiu que vai fazer a indicação ainda em 2023. "Eu não posso fugir muito tempo, eu tenho que indicar. Agora que estou 100% recuperado, está chegando a hora de eu tomar a decisão. Logo, logo vocês vão saber quem eu vou indicar. Pode tudo. Pode ser mulher, poder ser homem, pode ser negro, pode ser negra", enumerou.
Procuradoria-Geral da República
Além da indicação para o STF, Lula comentou a escolha pendente do novo procurador-geral da República. Desde o fim do mandato de Augusto Aras, em 26 de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) é comandada de forma interina por Elizeta Ramos. Segundo o presidente, a indicação para o órgão também vai ser feita antes do fim do ano.
"Não vou esperar o final do ano. Eu posso escolher amanhã, semana que vem, depois de amanhã. É um direito meu de escolher. E eu vou escolher as pessoas certas, adequadas, para o lugar certo, em função dessa circunstância política."
O presidente disse, ainda, que espera que o nome escolhido por ele não atue de forma política. "Procurador não pode ser procurador e fazer política. Ele tem que cumprir o papel sério do que é um procurador, não fazer pirotecnia, não perseguir ninguém. É isso que eu quero", opinou.