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Lula diz que PT tem de 'aprender a conversar' com o centrão

O presidente eleito falou à imprensa na tarde desta quarta (9), após encontro com presidentes da Câmara, do Senado, do STF e do TSE

Brasília|Ana Isabel Mansur e Renato Souza, do R7, em Brasília

Presidente eleito durante entrevista à imprensa no Tribunal Superior Eleitoral, nesta quarta (9)
Presidente eleito durante entrevista à imprensa no Tribunal Superior Eleitoral, nesta quarta (9) Presidente eleito durante entrevista à imprensa no Tribunal Superior Eleitoral, nesta quarta (9)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (9) que o PT precisa "aprender a conversar" com o centrão sobre as propostas do partido. Para o petista, é preciso manter o diálogo aberto com os poderes, sem deixar a autonomia de lado, e buscar o apoio do Congresso Nacional para dar encaminhamento às pautas a ser trabalhadas pela gestão do futuro governo.

"Temos de lidar com quem pensa diferente da gente. O centrão é uma composição de vários partidos, e [o vice-presidente eleito, Geraldo] Alckmin [do PSB], eu e o PT temos de aprender a conversar e tentar convencê-los das nossas propostas", afirmou Lula, durante uma entrevista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Vamos fazer com muita competência, porque o Brasil não tem mais tempo de ficar se batendo, se xingando e se criticando. Não acredito que o Congresso vá criar problema. Não cabe ao presidente da República interferir no funcionamento da Câmara e do Senado, são poderes autônomos", complementou o presidente eleito.

As declarações à imprensa ocorreram após um encontro de Lula com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do STF (Supremo Tribunal Federal), a ministra Rosa Weber; e do TSE, o ministro Alexandre de Moraes.

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Lira e Pacheco demonstraram, durante a reunião, "muita disposição de fazer com que as coisas aconteçam com a maior pressa possível", de acordo com o presidente eleito. Questionado sobre a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição, necessária para financiar propostas como a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 mais R$ 150 para famílias com crianças menores de 6 anos, Lula disse estar confiante na aprovação do texto.

"Alckmin vai montar o cronograma da PEC da Transição. O importante é ter prazo para votar o Orçamento. Acho que vamos conseguir aprovar [a PEC da Transição], porque há disposição. É um projeto para recuperar a capacidade de investimento nas coisas essenciais. Vamos fazer com a certeza de que vai ser aprovado. O papel do presidente não é gostar ou não, é conversar com quem dirige a instituição. Vou trabalhar para que todas as propostas que mandarmos para discussão tenham o maior número de votos", anunciou.

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Para ele, o Orçamento aprovado precisa de ajustes. "Vamos fazer as propostas que entendemos serem corretas. Tudo vai acontecer no tempo certo. Alckmin e Mercadante [Aloizio Mercadante, coordenador do grupo técnico petista] estão fazendo o trabalho de conversar com as pessoas. As coisas vão acontecer com muita tranquilidade", afirmou.

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O presidente eleito afirmou que respeita as instiuições e que os encontros ao longo do dia tiveram o objetivo de mostrar as relações que o próximo governo pretende manter com os tribunais e o Congresso. "Não enxergo essa coisa de centrão, enxergo deputados que foram eleitos, e, portanto, vamos ter de conversar para garantir o necessário para melhorar a vida do povo brasileiro", declarou.

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Sobre ter vencido o presidente Jair Bolsonaro (PL) no último domingo de outubro, Lula afirmou que "não há tempo para vingança, raiva nem ódio", porque "o tempo é de governar". "Eu pretendo trabalhar 24 horas por dia", completou.

Em relação aos protestos de apoiadores de Bolsonaro que contestam o resultado das urnas, o presidente eleito classificou-os como "sem pé nem cabeça". "Essas pessoas que estão protestando, sinceramente, não têm por quê. Elas deveriam dar graças a Deus pela diferença [de votos ter sido] menor do que merecíamos. É preciso detectar quem está financiando esses protestos, que não têm nem pé nem cabeça, [com] ofensas às autoridades, ameaças de fechamento e agressões verbais, coisa que eu, que fui diretor sindical e fiz greve, não tinha por hábito usar", criticou.

A respeito do relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação feito pela equipe de técnicos militares das Forças Armadas, Lula afirmou que não está preocupado. Ele foi questionado, ainda, sobre a composição dos ministérios a partir do próximo ano. "Não estou pensando em ninguém. Quando voltar do Egito, vou começar a pensar na montagem dos ministérios."

Lula viaja para o Egito na próxima segunda-feira (14), para participar da COP27. Em seguida, o presidente eleito segue para Lisboa, onde vai se encontrar com o primeiro-ministro português, Antônio Costa, e com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

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