Lula diz que taxação dos super-ricos pode gerar US$ 250 bi para ‘desafios sociais e ambientais’
Tributação vem sendo defendida pelo Brasil sob a justificativa de políticas fiscais mais justas
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Em um segundo discurso na 51ª Cúpula do G7, nesta terça-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a taxação internacional de 2% sobre o patrimônio dos super-ricos. Segundo o petista, o tributo poderia gerar US$ 250 bilhões ao ano, que seriam usados “para enfrentar os desafios sociais e ambientais”.
“Isso mostra que é vontade política – e não dinheiro – o que está em falta. A cooperação tributária internacional é outra frente crucial para reduzir desigualdades. Taxar 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar 250 bilhões de dólares ao ano para enfrentar os desafios sociais e ambientais do nosso tempo", comentou.
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Na fala, focada na desigualdade entre os países, o presidente apontou a necessidade de aproximar instituições internacionais, como Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional), das necessidades do Sul Global. Lula justificou a aproximação pelo fato dos membros do G7 terem mais de 40% do poder de voto no Banco Mundial e no FMI.
A tributação de grandes fortunas foi um dos temas prioritários dos assuntos financeiros do G20 e vem sendo defendida pelo Brasil sob a justificativa de políticas fiscais mais justas e redução da desigualdade. No ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a taxação global e ganhou apoio de países como Estados Unidos e França.
Mais cedo, Lula criticou a guerra em Gaza e afirmou que os ataques de Israel ao Irã podem causar “consequências globais inestimáveis“.
No Canadá, o petista participa de reuniões bilaterais e debates sobre a segurança energética, diversificação, tecnologia e investimentos para assegurar acesso e sustentabilidade.
“Países endividados não dispõem de meios para transformar suas matrizes energéticas. Instrumentos como a troca de dívida por desenvolvimento e a emissão de direitos especiais de saque podem mobilizar recursos valiosos. É urgente desburocratizar o acesso a fundos climáticos e investir em mecanismos inovadores”, disse.
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