Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

Lula lança fundo de preservação e defende Sul Global forte: ‘Florestas valem mais em pé’

Por enquanto, apenas Brasil, Indonésia e Portugal prometeram recursos; governo espera arrecadar US$ 10 bilhões até o fim de 2026

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, enviada especial a Belém

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Presidente Lula lançou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) para iniciativa de preservação ambiental.
  • O fundo busca arrecadar US$ 10 bilhões até 2026, com contribuições do Brasil, Indonésia e Portugal confirmadas até agora.
  • O TFFF terá lucro destinado a países com florestas tropicais e poderá beneficiar povos indígenas e comunidades locais.
  • O fundo será administrado pelo Banco Mundial e visa reduzir o desmatamento e promover reflorestamento através de um mecanismo de financiamento inovador.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula anunciou em setembro que Brasil investirá US$ 1 bilhão no fundo WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO - 06.11.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta quinta-feira (6) o TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre, na sigla em inglês), iniciativa brasileira de preservação ambiental.

Ao apresentar a medida, o petista defendeu o protagonismo do chamado Sul Global, grupo de países em desenvolvimento, e afirmou que “as florestas valem mais em pé do que derrubadas”.


“Pela primeira vez na história, os países do Sul global terão um protagonismo em uma agenda de florestas”, destacou Lula.

Leia mais

A expectativa do governo é captar US$ 10 bilhões — entre recursos públicos de outros países e privados — e gerar US$ 4 bilhões por ano a investidores (leia mais abaixo).


No entanto, até o momento, apenas Brasil (1 bilhão de dólares), Indonésia (1 bilhão de dólares) e Portugal (1 milhão de euros) comprometeram-se a aplicar recursos.

Lula também citou o simbolismo de o fundo ser lançado na Amazônia. “Os fundos verdes e climáticos internacionais não estão à altura dos desafios que a mudança climática nos coloca. O Fundo de Florestas Tropicas será um dos principais resultados concretos no espírito de implementação da COP30″, acrescentou.


Entenda

A apresentação oficial do TFFF foi feita em almoço durante a cúpula de líderes da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que vai até esta sexta, em Belém. A COP30, propriamente dita, começa na próxima segunda e se estende até 21 de novembro, também na capital paraense.

O TFFF será um fundo de capital misto e o portfólio de investimentos vai oferecer ações e títulos. Os lucros gerados serão repartidos entre os países com florestas tropicais e os aplicadores.


Os valores vão diretamente para os governos das nações com florestas tropicais. A ideia do Brasil é que 20% possa ser destinado a povos indígenas e comunidades locais dos respectivos países.

A contribuição ao fundo não será considerada uma doação, mas, sim, um investimento, com retorno anual competitivo em relação ao mercado e devolução integral do valor após cerca de 40 anos.

O TFFF será administrado pelo Banco Mundial. A instituição global será responsável pela supervisão fiduciária e por relatórios de transparência do fundo, além de oferecer estrutura administrativa.

O banco também vai atuar como trustee (um administrador fiduciário, que gerencia bens em nome de terceiros) da iniciativa e repassar os recursos gerados, segundo as diretrizes do TFFF.

As instâncias decisórias do fundo terão participação proporcional de países com florestas tropicais e nações aplicadoras. A expectativa é que também haja contribuição de especialistas e da sociedade.

A meta de manutenção do desmatamento abaixo de 0,5% será monitorada anualmente por meio de satélites, e ações de reflorestamentos serão contabilizadas ao longo do tempo.

Aplicação

O governo brasileiro estabeleceu como meta a captação de US$ 10 bilhões em investimentos públicos dos países para o TFFF, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A expectativa é de que o objetivo seja atingido até o fim de 2026, ainda durante a presidência brasileira da COP. A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, acredita que a iniciativa tem potencial para gerar US$ 4 bilhões por ano.

Segundo a ministra, a projeção pode fazer com que o valor direcionado por países ao TFFF seja até três vezes maior do que todos os recursos que atualmente são enviados para ecossistemas florestais.

A meta é que cada país com floresta tropical receba até quatro dólares por hectare (10.000 m²) preservado. Há, no mundo, cerca de 1,1 bilhão de hectares de florestas tropicais, em cerca de 70 países em desenvolvimento.

Investimentos

Em setembro, durante discurso na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, nos Estados Unidos, Lula anunciou que o Brasil iria investir US$ 1 bilhão. “O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com o investimento no fundo”, declarou, na ocasião.

Segundo o governo brasileiro, o investimento do país independe da participação de outras nações para se concretizar.

Funcionamento

O fundo é complementar a outras medidas já existentes de apoio e financiamento a ações de preservação, conservação e recuperação ambiental.

A expectativa brasileira é de que 20% do capital do TFFF seja feito por governos, e 80%, por fontes privadas, o que inclui fundos de investimento e filantropia internacional.

O Brasil tem negociado com potenciais investidores estrangeiros, como Reino Unido, França, Noruega, Alemanha e Emirados Árabes Unidos. A proposta também busca articulação com países da Bacia do Congo e da Ásia, que reúnem grandes áreas de florestas tropicais.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.