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Lula liga para presidente do México e discute tarifaço de Donald Trump

Norte-americano aplicou tarifas de 30% ao México e de 50% ao Brasil, em vigor a partir de 1º de agosto

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • O presidente Lula discutiu por telefone com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, sobre as tarifas impostas por Donald Trump.
  • As tarifas de 50% para produtos brasileiros e 30% para mexicanos começam a valer a partir de 1º de agosto.
  • Geraldo Alckmin, vice-presidente, planeja visitar o México em agosto para fortalecer relações econômicas.
  • O Brasil apresentou preocupações sobre as tarifas na reunião da OMC, considerando-as arbitrárias e prejudiciais ao comércio internacional.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula e Claudia Sheinbaum reuniram-se em abril, durante cúpula da Celac em Honduras Ricardo Stuckert/Presidência da República - 09.04.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta quarta-feira (23) com a presidente do México, Claudia Sheinbaum. Pelo telefone, os líderes discutiram as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“O presidente Lula ressaltou a importância de aprofundar as relações econômicas e comerciais entre os dois países, principalmente diante do atual momento de incertezas”, informou, em nota, o Palácio do Planalto.


Para estreitar o fluxo comercial entre Brasil e México, o vice-presidente Geraldo Alckmin vai visitar o país no próximo mês, com comitiva de empresários e ministros.

Nas últimas semanas, Trump anunciou novas taxas a produtos exportados por diversos países aos EUA. As tarifas começam a valer a partir de 1º de agosto. Os itens brasileiros serão taxados em 50% e os mexicanos, em 30%.


O republicano associou a decisão aos processos enfrentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (leia mais abaixo) e à suposta censura sofrida por empresas dos EUA no Brasil.

No caso do México, o presidente norte-americano afirmou que as novas tarifas pretendem conter a crise do fentanil, droga que tem causado milhares de mortes nos EUA, e responsabilizou diretamente os cartéis mexicanos.


Quando anunciou a taxa, o republicano criticou o governo do México por, segundo ele, não conseguir impedir a atuação dessas organizações criminosas.

Discussão na OMC

Nesta quarta (23), O Brasil levou o assunto à reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio).


Em discurso, o embaixador Philip Fox-Drummond Gough, representante brasileiro, afirmou que as taxas são “arbitrárias”, foram impostas “de forma caótica” e podem reforçar impactos no comércio internacional.

“Tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas de forma caótica, estão interrompendo as cadeias de valor globais e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”, destacou o embaixador.

O discurso não citou diretamente Donald Trump nem os Estados Unidos, mas destacou a imposição de tarifas sem avisos.

“Essas medidas levantam questões fundamentais sobre a não discriminação e o tratamento de nação mais favorecida, e correm o risco de minar a coerência jurídica e a previsibilidade do sistema multilateral de comércio”, declarou.

Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que a intervenção se voltou para a defesa contínua do sistema de comércio e condenou o recurso de tarifas arbitrárias.

“Em particular, a delegação brasileira registrou profunda preocupação com o uso de medidas comerciais unilaterais como instrumento de interferência nos assuntos internos de outros países”, destacou o Itamaraty.

‘Caça às bruxas’

Em 9 de julho, Donald Trump anunciou que vai cobrar 50% de todos os itens do Brasil comprados pelos EUA a partir de 1º de agosto.

Segundo o republicano, a medida é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas norte-americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de inelegível até 2030, o ex-presidente é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações que envolvem o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.

‘Guerra começa quando eu responder’

Na última segunda-feira (21), Lula negou haver uma “guerra tarifária” entre Brasil e Estados Unidos. Segundo o petista, a “guerra tarifária” começará quando o governo brasileiro responder à tarifa imposta por Trump.

“Guerra tarifária vai começar na hora em que eu der a resposta ao Trump se ele não mudar de opinião”, declarou o presidente em Santiago, capital do Chile, onde participou de um evento em defesa da democracia.

“Porque as condições que ele impôs não foram adequadas. Ninguém pode ameaçar com decisão judicial. Quem sou eu para tomar decisão diante da Suprema Corte”, acrescentou, em referência à relação, feita por Trump, entre a taxação e Bolsonaro.

Leia mais

Após o anúncio do tarifaço Lula determinou a criação de um comitê interministerial para discutir a tarifa. O grupo de trabalho é chefiado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e reúne empresários e o setor produtivo.

“Estou com uma certa tranquilidade. Tenho Ministério das Relações Exteriores trabalhando nisso, tenho uma pessoa da qualidade do Alckmin trabalhando nisso e tem os empresários, que têm que entender que, antes de o governo tentar resolver, os empresários brasileiros precisam conversar com suas contrapartes nos EUA, porque quem vai sofrer com isso são os próprios empresários”, acrescentou Lula.

O presidente aproveitou para defender a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. “A nossa relação é muito forte, muito diplomática. Ninguém pode dizer que o Lula é radical”, comentou, ao citar as “belíssimas relações” que manteve com os presidentes norte-americanos anteriores — mesmo os que eram republicanos, como Trump.

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