Lula se reúne com presidentes dos países do Mercosul em cúpula no RJ
Participam da agenda Alberto Fernández (Argentina), Santiago Peña (Paraguai) e Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai)
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe na manhã desta quinta-feira (7) os demais chefes do Mercosul, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Participam da cúpula Alberto Fernández (Argentina), Santiago Peña (Paraguai) e Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai). A Venezuela está suspensa do bloco econômico e, por isso, não se faz presente na agenda.
Durante a cúpula, o Mercosul vai anunciar a entrada da Bolívia no bloco econômico. O presidente do país vizinho, Luis Arce, vai estar presente. A agenda conta com outro destaque: o acordo dos sul-americanos com Cingapura — o chanceler, Vivian Balakrishnan, vai ser o representante da nação asiática. Francia Marquez, vice-presidente da Colômbia, estado associado, também deve comparecer.
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O Mercosul também realiza diálogos com a República Dominicana e El Salvador, além de estar em processo de integração de Chile e Colômbia ao grupo. Em 2017, a Venezuela, de Nicolás Maduro, foi suspensa do bloco pelo não cumprimento de 112 resoluções exigidas de qualquer membro que ingressar no bloco. A reinserção do país não será debatida oficialmente na cúpula.
O bloco econômico tem território de 14.869.775 km², com uma população que ultrapassa os 295 milhões de pessoas. O Mercosul possui uma das mais importantes reservas de água doce do planeta: o aquífero Guarani. Se fosse um país, seria a oitava economia do mundo, com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,86 trilhões (cerca de R$ 14,3 trilhões). O bloco é o principal destino de investimentos estrangeiros na América do Sul — em 2022, recebeu 64% do que foi designado à região.
O período do Brasil no comando do Mercosul acaba nesta quinta-feira (7), com a cúpula de chefes de Estado e Estados associados. O país ocupou a presidência temporária durante o segundo semestre de 2023. Agora, o Paraguai vai assumir a liderança do grupo durante a cerimônia.
Tensão na América do Sul
Além do acordo com Cingapura e da adesão da Bolívia, os países do Mercosul se reúnem no Rio de Janeiro diante do aumento da tensão entre Guiana e Venezuela, que ameaça invadir Essequibo, território rico em petróleo, alvo de uma disputa centenária. O Brasil é a favor da solução diplomática, sem conflito armado.
A Venezuela afirma que Essequibo faz parte de seu território, como em 1777, quando era colônia do reino da Espanha, e apela ao acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899, que definiu os limites atuais. A Guiana defende esse laudo e pede que ele seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição Caracas não reconhece.