Lula vai anunciar na próxima semana medidas para destravar setor imobiliário, diz Haddad
Ministro da Fazenda destacou que ideia é criar mercado secundário de títulos imobiliários 'muito robusto' no país
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (27) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai apresentar na próxima semana medidas para destravar setor imobiliário. Entre as propostas está a criação de um mercado secundário de títulos imobiliários "muito robusto".
"Tem um projeto que vai ser anunciado na semana que vem pelo presidente Lula. No Brasil, não tem mercado de crédito tão robusto quanto tem no mundo desenvolvido. No mundo desenvolvido, um recebível com garantia de imóvel é vendido no mercado com muita naturalidade", afirmou.
"Vamos supor que o banco vendeu uma casa parcelada com garantia do imóvel para quem quer que seja. Esse ativo do banco, esse recebível do banco, tem um mercado secundário muito robusto no mundo desenvolvido, não fica na carteira do banco. Ele [o banco] logo revende e abre espaço no seu balanço para financiar outro imóvel", completou.
Segundo o governo, o governo quer destravar o mercado imobiliário. "Vamos criar um mercado secundário de títulos imobiliários muito robusto para fazer com que o crédito imobiliário rode no Brasil e possa ser multiplicado por muitas vezes. Então imagina o potencial de crescimento da economia brasileira a partir da construção civil. Nós conversamos com o setor recentemente, com os líderes do setor e as principais empresas, para desenvolver o novo produto e o entusiasmo está muito grande."
PIB
As declarações foram dadas por Haddad para a uma rádio de Minas Gerais. O ministro voltou a defender uma revisão da projeção do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil para 2024. "Eu penso que, à luz do aquecimento da economia no início do ano e da geração de empregos, o Ministério da Fazenda vai ser obrigado a rever, sim, a projeção de crescimento para esse ano. Acredito que a área técnica vai concluir que o crescimento pode ser superior a 2,2%", argumentou.
O Ministério da Fazenda prevê um crescimento de 2,2% da economia brasileira neste ano e uma inflação de 3,5%. A previsão do crescimento do PIB do país se manteve estável em relação à última publicação da pasta. No último balanço, divulgado em novembro do ano passado, a previsão de crescimento do país para 2024 também era de 2,2%.