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Lula volta a criticar presidente do BC: 'Um homem sozinho não pode saber mais do que 215 milhões'

BC manteve índice em 13,75% nessa quarta-feira; próxima reunião do Conselho Monetário Nacional para definir taxa será em 45 dias

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Presidente Lula no Palácio do Planalto
Presidente Lula no Palácio do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer críticas nesta quinta-feira (4) ao Banco Central e ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto, depois que o órgão manteve a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75%. Segundo o petista, "não é admissível" que uma pessoa decida sozinha sobre algo que vai impactar toda a população.

“É engraçado, é muito engraçado o que se pensa neste país. No país, todo mundo pode falar de tudo, só não pode falar de juros. Todos têm de ter cuidado. Ninguém fala de juros. Como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, afirmou Lula.

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A declaração aconteceu durante a cerimônia que marcou a instalação do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão. Lula defendeu a redução da Selic para que a população mais pobre tenha condições mais favoráveis de contratar empréstimos ou comprar novos bens materiais.


“Qual pobre que pode comprar carro popular por R$ 90 mil? Um carro de R$ 90 mil não é popular. É para a classe média”, disse o presidente.

Maior patamar desde 2017

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nessa quarta-feira (3) manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. É a sexta vez seguida que a Selic é mantida nesse patamar, o maior desde o início de 2017. A taxa ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

"O ambiente externo se mantém adverso. Os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, o que requer contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente", justificou o comitê.

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