O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados começará a ouvir as testemunhas no processo contra o deputado Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ) nesta terça-feira (9). Brazão é apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.A primeira testemunha a ser ouvida será o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ), indicado pela relatora do processo, deputada Jack Rocha (PT-ES). Motta foi citado na delação premiada de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, como um dos políticos monitorados a mando dos irmãos Brazão.O depoimento de Motta já foi marcado três vezes, mas não foi realizado. A sessão desta terça-feira começará às 14h.Na mesma sessão, serão ouvidas as testemunhas indicadas pela defesa de Chiquinho Brazão, incluindo o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Brazão foi secretário municipal de Ação Comunitária na gestão de Paes em 2023. Além do prefeito, outras testemunhas indicadas são:O deputado Reimont (PT-RJ) foi convocado, mas declinou do convite. Os outros convocados ainda não confirmaram presença nesta terça-feira.Em março, agentes da Polícia Federal cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e três de prisão em diversos endereços do Rio de Janeiro. Entre os presos, estava, o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.Conforme a investigação, os presos são os autores intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Eles também são suspeitos da tentativa de assassinato de Fernanda Chaves, assessora de Marielle.A motivação do crime teria sido um embate entre Marielle Franco e Chiquinho Brazão em torno de um projeto de lei, de autoria de Brazão, que regularizava terrenos dominados pela milícia. Marielle era contra o projeto que é considerado o principal ponto de resistência dentro da Câmara de Vereadores.