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Mesmo bloqueado, X pode ser acessado da rede de internet do Supremo

O R7 apurou que a plataforma fez uma mudança repentina no sistema e o bloqueio caiu no país

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em BrasíliaOpens in new window

Aplicativo X volta a funcionar parcialmente no Brasil
PF vai identificar pessoas que usaram X Victoria Lacerda/R7 - 18/09/2024

O X (antigo Twitter) pode ser acessado, nesta quarta-feira (18), pela rede interna do STF (Supremo Tribunal Federal). No dia 30 de agosto, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio no Brasil da rede social após a plataforma não atender à ordem do ministro de indicar um representante legal da plataforma no Brasil. Mais cedo, usuários brasileiros foram surpreendidos com o retorno parcial do aplicativo.

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O R7 apurou que a plataforma fez uma mudança repentina no sistema e o bloqueio caiu no país. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) está avaliando o que ocorreu e irá mandar informações ao STF. O ministro Alexandre de Moraes e o STF só vão se manifestar quando a Anatel explicar o que houve

No Trending Topics, expressões como “O Twitter voltou” e “Gente o Twitter” ganharam destaque, com várias menções. O acesso ao aplicativo foi restabelecido para dispositivos Android e iOS, mas usuários que tentam entrar na plataforma por navegadores como Google Chrome e Safari ainda enfrentam dificuldades.

Entenda a ordem de suspensão do X no Brasil

A rede social X está bloqueada no Brasil. A decisão de suspender, enviada à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e às operadoras de serviços digitais, ocorreu depois de uma série de descumprimentos de ordens judiciais pelo dono da empresa, o bilionário Elon Musk.


A ideia é que o site e aplicativo do X sigam sem funcionar no Brasil até que a empresa cumpra as ordens judiciais em nome dela. Entre os mandados, estão a nomeação de um representante legal em território nacional e o bloqueio de pelo menos nove contas de pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Como tudo começou?

Desde a investigação que ficou conhecida como Milícias Digitais, Moraes determina bloqueios de contas em redes sociais de personalidades conhecidas por atentar contra a democracia. Em 2020 e 2021, por exemplo, o blogueiro Allan dos Santos teve os perfis suspensos em todas as plataformas. Na época, relatório da Polícia Federal colocava Santos sob suspeição de propagar ideias antidemocráticas.


Outros nomes conhecidos do público, como Roberto Jefferson, Daniel Silveira e Oswaldo Eustáquio, sofreram sanções semelhantes em algum momento dos últimos cinco anos. Entretanto, até 2022, as ordens judiciais eram cumpridas por todas as plataformas, incluindo o X, que até então se chamava Twitter. Naquele ano, a rede social foi adquirida pelo bilionário Elon Musk.

Em abril deste ano o ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou o pedido do escritório brasileiro do X para transferir a responsabilidade de cumprir decisões judiciais para a representação internacional. Os advogados do X Brasil alegaram limitações jurídicas, técnicas e físicas para cumprir as ordens.


Moraes argumentou que a empresa no Brasil é essencial para os objetivos econômicos e operacionais da rede social no país, e que ela deve se adequar ao ordenamento jurídico brasileiro. Ele afirmou que o X Brasil tem responsabilidade civil e penal pelas atividades da rede social e que os administradores enfrentarão consequências por obstrução da Justiça ou desobediência a ordens judiciais.

Relação entre Musk e STF ficou mais tensa no início de agosto

Em 13 de agosto, a conta oficial da equipe de assuntos governamentais globais da plataforma divulgou uma decisão sigilosa do ministro Alexandre de Moraes. O documento ordenava o bloqueio de perfis populares, incluindo o do senador Marcos do Val, por supostas violações.

A decisão, assinada em 8 de agosto, exigiu a suspensão dos acessos e monetizações dos perfis em duas horas, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Do Val criticou a decisão, chamando-a de inconstitucional e um abuso de autoridade, e afirmou que buscaria tribunais internacionais. A página do senador e outros perfis mencionados permaneceram ativos.

Fechamento do escritório no Brasil

Menos de uma semana depois, em 17 de agosto, o X anunciou que encerraria as operações no Brasil depois que Moraes ameaçou prender a representante da empresa no país pelo descumprimento das decisões. A plataforma divulgou, novamente, ofício sigiloso assinado pelo ministro e afirmou que a responsabilidade pela saída da empresa do país é exclusivamente de Moraes.

A rede social criticou a falta de resposta a recursos que teriam sido apresentados e a ameaça à equipe, destacando que o serviço continuaria disponível no Brasil. Moraes justificou a ameaça de prisão devido à má-fé da representante em evitar o cumprimento das ordens judiciais.

Reta final envolveu envio público de notificação judicial e bloqueio de contas da Starlink

No dia 28 de agosto o STF usou o perfil institucional no X para exigir que Elon Musk nomeasse um novo representante para a empresa no Brasil. O prazo estabelecido era de 24 horas, sob pena de retirar a rede social do ar.

No último dia 29, Alexandre de Moraes fez novo movimento ao determinar o bloqueio das contas financeiras da Starlink Holding, de Elon Musk, para garantir o pagamento de multas aplicadas à rede social. A Starlink criticou a decisão, alegando falta de devido processo legal.


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