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R7 Brasília

Ministério da Justiça afasta servidores de três setores da penitenciária de Mossoró

Afastamento vai vigorar até a conclusão da investigação da fuga de dois detentos, ocorrida na última quarta-feira

Brasília|Gabriela Coelho e Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

Responsáveis por três divisões do presídio foram afastados
Responsáveis por três divisões do presídio foram afastados Divulgação/Depen

O ministério da Justiça e Segurança Pública afastou os responsáveis pelas divisões de Inteligência, de Segurança e Administrativa, da Penitenciária Federal em Mossoró. O afastamento vai vigorar até a conclusão até da investigação da fuga de dois detentos, ocorrida na última quarta-feira (14). Os servidores afastados dos três setores, no entanto, vão continuar exercendo atribuições relativas ao cargo de agente federal de execução penal.

A portaria é assinada pela corregedora-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Marlene Inês da Rosa. 

As buscas pelos dois detentos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, chegaram ao sétimo dia nesta terça-feira (20). Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça – suspeitos de terem ligações com a facção criminosa Comando Vermelho, no Acre – são os primeiros detentos da história a fugir de uma prisão de segurança máxima do sistema prisional federal. A unidade em Mossoró abriga 68 detentos, sendo o segundo menor quantitativo de uma penitenciária federal, atrás apenas da de Brasília (DF).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse no domingo (18), que a fuga pode ter ocorrido com "relaxamento" de servidores e que o governo precisar saber de quem. "Queremos saber como estes cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu", disse o presidente, que acrescentou que Lewandowski foi a "primeira pessoa" a afirmar que seria feita uma sindicância para apurar a possível participação de funcionário do presídio.


A declaração de Lula durante uma entrevista após participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital etíope. No mesmo dia, a Federação Nacional dos Policiais Penais Federais (Fenappf) divulgou uma nota de repúdio às acusações de corrupção de agentes da categoria e aponta que os dois presos que fugiram da penitenciária não tiveram apoio externo.

Sem citar nomes, o texto diz que o policial penal federal está sendo lembrado "somente no momento em que ocorreu uma falha" e que "está sendo acusado direta ou indiretamente de corrupção por algumas pessoas públicas e formadores de opinião de forma totalmente irresponsável".


Assinada pelo presidente da Fenappf, Gentil Nei Espírito do Santo da Silva, a nota afirma ser muito cedo para se chegar a esse tipo de conclusão, pois "as investigações ainda estão em curso".

Reféns

Na última sexta (16), os presos chegaram a fazer uma família refém a cerca de 15km da prisão. Segundo fontes da RECORD, os criminosos teriam invadido uma casa, onde ficaram por cerca de quatro horas, pediram comida e roubaram um celular. Em seguida, teriam deixado o local.


A penitenciária de Mossoró tem quatro agentes de execução penal para cada preso, em média. Os dados, que são do Painel Estatístico de Pessoal do governo federal e da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), foram coletados pelo R7.

Pelos números oficiais, o país tem 1.493 servidores do tipo ativos, dos quais 249 (16,7%) estão lotados em Mossoró.

Quem são os fugitivos?

Os dois homens que fugiram nesta quarta foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça. Ambos são suspeitos de terem ligações com a facção criminosa CV (Comando Vermelho). O grupo domina as operações criminosas no Acre, onde a dupla estava presa até setembro do ano passado.

No caso de Deibson, há uma longa ficha criminal que começou ainda na adolescência e seguiu durante a vida adulta. Os registros incluem crimes que vão de tráfico de drogas a latrocínio, chegando a uma rebelião em uma cadeia do Acre. A defesa dele não foi localizada para comentários.

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