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Ministras se reunirão após ataques sofridos por Marina Silva, diz Márcia Lopes

Ministra das Mulheres pediu uma reunião com outras chefes da Esplanada para definir estratégias após episódio no Senado

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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Márcia Lopes Reprodução/Redes Sociais @marciahclopes - 30.09.2022

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, disse que pretende se reunir com outras titulares da Esplanada para discutir o episódio de ataque à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em comissão no Senado na terça-feira (27). Marina deixou a sessão da comissão após diversas interrupções e ofensas (veja abaixo).

“Já temos um grupo de ministras e já estamos combinando uma reunião entre nós e também com a bancada das mulheres da Câmara e do Senado. Vamos fazer um grande esforço de campanhas permanentes, de diálogo com as lideranças. E não será só aqui em Brasília. Nós temos que pôr isso lá na rua, na ponta, em cada cidade do Brasil”, disse.


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Questionada sobre a falta de uma blindagem da ministra Marina na comissão do Senado, Márcia Lopes disse ser difícil avaliar o momento. “Às vezes, as pessoas ficam tão chocadas com essas atitudes que não sabem que atitude tomar. Se eu estivesse lá, provavelmente agiria. E é isso que a gente precisa, que as pessoas de fato se mobilizem, que tenham coragem”, afirmou.

Ela acrescentou: “Mais uma vez ficamos estarrecidas. A gente nunca imagina que vai acontecer de novo, porque são décadas de muita luta das mulheres no sentido de serem respeitadas, de serem tratadas com igualdade. A ministra Marina é uma mulher que tem uma história incrível, de resistência e que de fato nunca abaixou a cabeça. Foi enfrentando tudo e hoje é reconhecida no mundo pelo trabalho que faz”.


Márcia Lopes observou, também, que o tema do meio ambiente e mudança do clima é polêmico, porque “contradiz muitos interesses”. As declarações foram dadas durante cerimônia oficial de posse de Márcia Lopes a frente da pasta.

Entenda

A situação começou quando Marina e o senador Omar Aziz (PSD-AM) discutiam sobre obras da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, em debate marcado por interrupções.


O presidente da Comissão, Marcos Rogério (PL-RO), interferiu. E disse para que a ministra faça o debate em uma reunião dentro do governo, retomando a pauta da comissão.

Marina respondeu o senador com a seguinte colocação: “Fique tranquilo, é um governo de frente ampla, para enfrentar a ditadura com a qual o senhor não se importou.”


Na sequência, o senador retrucou afirmando que “essa é a educação da ministra Marina Silva. Ela aponta o dedo. Não vou me intimidar, não”. Marina rebateu a declaração: “O senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa, eu não sou.”

A discussão escalou, com Rogério ironizando que Marina havia agido com sexismo e pedindo respeito. Marina, por sua vez, disse: “Eu estou lhe respeitando, o senhor é que tem que me tratar com educação”. Marcos Rogério retrucou: “Me respeite, se ponha no seu lugar.”

Momentos depois, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) pediu para fazer uma pergunta a Marina e retomou o bate-boca, ao afirmar que não a respeita como ministra, mas apenas “como mulher”. A situação levou a ministra a deixar a reunião.

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