Ministro da Agricultura Familiar pede a supermercados política de preços para pequenos produtores
Em sessão no Senado, Paulo Teixeira defendeu incentivo ao pequeno agricultor para que o 'país atinja a soberania alimentar'
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
Em sessão temática sobre o combate à fome e segurança alimentar no Senado, nesta sexta-feira (20), ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltaram a necessidade de ações conjuntas para tirar o país do mapa da fome e garantir desenvolvimento familiar e econômico. O chefe da pasta de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, pediu ao setor de supermercados políticas diferenciadas voltadas aos pequenos produtores. Já Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, afirmou que "a fome é mesmo um problema de ética".
Em sua fala, Paulo Teixeira pediu aos representantes dos supermercados uma política diferenciada de preços e pagamentos para o pequeno agricultor, para que ele seja "esteio da produção de alimentos e o país atinja a soberania alimentar". Além disso, ele reivindicou por locais específicos nos estabelecimentos para posicionar produtos provenientes da agricultura familiar e da Amazônia.
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Teixeira também detalhou esforços da pasta para tirar Brasil do mapa da fome, citando repasses de recursos federais ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com a compra de safras de pequenos produtores para doar a pessoas com insegurança alimentar; além das compras públicas de alimentos das Forças Armadas e de instituições federais, voltando 30% do montante para a agricultura familiar.
“Nosso desafio é aumentar a produção para combater a inflação de alimentos, ampliar a diversidade de alimentos para dar conta da cultura alimentar do povo e baratear a produção, favorecendo acesso”, detalhou o ministro.
Já Wellington Dias ressaltou o esforço conjunto e chamou os setores da economia para garantir um crescimento econômico. O ministro definiu os programas sociais, como o Bolsa Família, como "contenção social", frisando a necessidade de se fortalecer a geração de empregos. "A fome é mesmo um problema de ética. Acho que o Brasil é um país solidário. Juntos vamos tirar o Brasil do mapa da fome e fazer um país mais igual".
As falas foram feitas em sessão temática no Senado, a pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O requerimento foi aprovado no início do mês. "Todos têm o compromisso de combater a fome e a miséria no Brasil, algo que nos une dentro de um propósito", disse Pacheco para justificar o debate.
O objetivo da sessão é servir como suporte para a apresentação de proposições para o combate à fome e à insegurança alimentar, além do desperdício de alimentos, o valor nutricional da cesta básica e o tratamento tributário da cesta no Brasil.
Os ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e André de Paula (Pesca e Aquicultura) foram convidados e enviaram representantes para participar da discussão. Parlamentares, prefeitos e representantes da sociedade civil e de associações ligadas ao combate à fome também fizeram parte da lista de debatedores.