Moraes atende a pedido da PF e manda prender blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio
Polícia Federal investiga suposta organização criminosa que teria intimidado policiais federais e familiares
Brasília|Clarissa Lemgruber e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quarta-feira (14) uma nova prisão dos blogueiros Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os dois estão foragidos da Justiça e vivem no exterior. A decisão atende a um pedido da Polícia Federal.
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A PF investiga uma suposta organização criminosa que teria intimidado policiais federais e familiares envolvidos em inquéritos que tramitam no STF. As investigações mostraram que o grupo divulgava dados pessoais dos agentes, utilizando crianças e adolescentes para o serviço.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e nove medidas cautelares diversas da prisão nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Amazonas e no Distrito Federal.
Eustáquio é investigado por corrupção de menores por usar o perfil da filha adolescente dele em uma rede social para fazer postagens criminosas.
Em abril, Allan dos Santos voltou a criar uma conta em uma rede social, o que contraria decisão do STF, que baniu a participação dele em 2021. De acordo com Santos, essa é a 39ª conta, e na biografia ele escreve: “Não vão me calar!”.
Foragido da Justiça brasileira, Santos vive nos Estados Unidos desde 2020, onde burla sucessivamente a proibição do STF com criação de novos perfis nas redes sociais.
Disque 100
A operação desta quarta-feira foi chamada de Disque 100, um serviço de utilidade pública do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania destinado a receber demandas relativas a violações de direitos humanos, especialmente aquelas que atingem populações em situação de vulnerabilidade social, como crianças e adolescentes.
Durante o cumprimento das medidas, um perfil vinculado a uma adolescente fez uma postagem alertando sobre a presença de policiais na residência dele enquanto a menor ainda estava dormindo. Para a PF, a ação indica a “efetiva utilização por maiores de idade, inclusive responsáveis legais, para a realização das condutas de obstrução das investigações.”