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Moraes autoriza retomada de investigações sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF

Em 2020, Sergio Moro pediu demissão do governo e acusou Bolsonaro de buscar ingerência na corporação

Brasília|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O ministro Alexandre de Moraes autorizou novas investigações sobre a suposta interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
  • A análise dos autos revelou a necessidade de diligências complementares, apesar do arquivamento anterior do caso pela Polícia Federal.
  • Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, havia acusado Bolsonaro de buscar favorecimento em cargos da PF em 2020, levando à demissão dele.
  • A Procuradoria-Geral da República mudou sua posição e agora defende a continuidade das apurações sobre as possíveis interferências de Bolsonaro.

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Alexandre de Moraes afirmou que novas diligências são 'indispensáveis' Antonio Augusto/STF - 01/10/2025

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a realização de novas investigações sobre o caso que apura a suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Segundo Moraes, apesar do relatório final da corporação e de um pedido anterior de arquivamento, a análise dos autos mostrou a necessidade de diligências complementares.


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A Polícia Federal havia concluído, em 2022, que Bolsonaro não cometeu crime na troca do comando da instituição em 2020 — episódio que culminou na demissão de Sergio Moro, então ministro da Justiça e Segurança Pública.

À época, Moro acusou Bolsonaro de interferência política na atuação da PF e afirmou que o ex-presidente buscava favorecimento pessoal na escolha de cargos de direção, especialmente na Superintendência do Rio de Janeiro.


O caso levou à abertura de um inquérito no STF para apurar uma possível ingerência do então presidente nas atividades da corporação.

Novo capítulo

De acordo com Moraes, há indícios de que as mudanças na Direção-Geral da PF e nas Superintendências Regionais do Rio de Janeiro e de Pernambuco tiveram como possível motivação:


  • a obtenção de informações privilegiadas sobre investigações sigilosas;
  • e a tentativa de interferência em apurações que envolviam o presidente, seus familiares e aliados políticos.

Entre os elementos analisados, estão:

  • Declarações de Moro: o ex-ministro afirmou que Bolsonaro alegava “falta de acesso a relatórios de inteligência da PF”, embora já tivesse acesso legal a essas informações por meio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência);
  • Mensagens por WhatsApp: em abril de 2020, Bolsonaro avisou Moro que a saída do diretor-geral Maurício Valeixo estava decidida. Logo após, enviou um link de uma matéria intitulada “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas” e comentou: “Mais um motivo para a troca”.

Diante desses indícios, Moraes afirmou ser “imprescindível verificar com maior amplitude se houve interferências ou tentativas de interferência nas investigações, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”.


Recuo da PGR

A PGR (Procuradoria-Geral da República) recuou da posição anterior de arquivamento e passou a defender a continuidade das apurações.

“É imprescindível verificar com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferência nas investigações apontadas nos diálogos e no depoimento do ex-ministro, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”, afirma o documento assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Gonet explicou que é necessário avaliar se a conduta de Bolsonaro tem relação com outros inquéritos da PF que investigam uma organização criminosa responsável por ataques a autoridades, ao sistema eleitoral e a instituições públicas, com uso das estruturas da Abin e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Relembre o caso

Em 2020, Sergio Moro pediu demissão do cargo de ministro da Justiça e acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF. Segundo ele, o ex-presidente queria acesso a informações sigilosas e controle sobre investigações envolvendo aliados.

A polêmica levou Moraes a autorizar a abertura de inquérito no STF para apurar o suposto crime de interferência indevida em órgão de Estado.

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