Moraes manda soltar coronel do Exército alvo de investigação do 8 de janeiro
Bernardo Romão Corrêa Neto foi preso ao retornar dos Estados Unidos, no mês passado
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a soltura do coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, que estava preso sob acusação de envolvimento nos atentados de 8 de janeiro. O militar estava detido no Batalhão de Guarda Presidencial do Exército.
Segundo a Polícia Federal, o coronel atuava como homem de confiança de Mauro Cid. No despacho de Moraes para a prisão, em fevereiro, a PF alegou que Corrêa Netto acompanhava de perto as ações destinadas a criar um ambiente propício ao golpe de Estado e era membro do Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas da suposta organização criminosa.
Embora tenha sido liberado, o STF manteve medidas cautelares não divulgadas. O R7 tentou contato com a defesa do coronel para obter um posicionamento sobre a soltura, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
A operação Tempus Veritatis foi realizada em 8 de fevereiro, e o coronel era um dos quatro alvos com mandado de prisão preventiva em aberto. Na época, ele estava nos Estados Unidos e foi detido dias depois, ao desembarcar no Aeroporto de Brasília na madrugada do dia 11.
Corrêa Netto estava em missão em Washington D.C., capital dos Estados Unidos, até junho de 2025. De acordo com a PF, ele teve participação ativa na organização de uma reunião em 28 de novembro de 2022, em Brasília, na qual selecionou apenas oficiais formados no curso de forças especiais, conhecidos como "kids pretos", e assistentes dos generais supostamente aliados, para discutir técnicas militares úteis para a consumação do golpe de Estado. Essas informações foram encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro.
Além de Corrêa Netto, foram presos na operação Filipe Martins e Marcelo Câmara, ex-assessores de Bolsonaro, e o major do Exército Rafael Martins.