Moraes nega pedido de Bolsonaro para não depor à PF nesta quinta
Mais cedo, defesa do ex-presidente informou ao STF que ele 'fará uso do direito ao silêncio'; Bolsonaro tinha dito que não iria depor
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes negou nesta terça-feira (20) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para não depor à Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. O depoimento está marcado para esta quinta (22), às 14h30. Mais cedo, a defesa do ex-presidente informou ao STF que ele "fará uso do direito ao silêncio".
Segundo a PF, inicialmente 16 militares são investigados por pelo menos três formas de atuação. A primeira é a produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à segurança das eleições de 2022 para estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas.
O segundo ponto de atuação dos militares investigados pela PF seria de apoio às ações golpistas, reuniões e planejamento para manter os atos em frente aos quartéis, incluindo mobilização, logística e financiamento para auxiliar os manifestantes.
Havia ainda o "Núcleo de Inteligência Paralela", que seria formado pelos militares Augusto Heleno, Marcelo Camara e Mauro Cid e faria a coleta de dados e informações que auxiliassem a tomada de decisões do então presidente da República na consumação do golpe.
O ex-presidente Bolsonaro teria pressionado os ministros do governo, durante reunião realizada em 5 de julho de 2022, para que promovessem e replicassem "desinformações e notícias fraudulentas" quanto à confiança do sistema eleitoral brasileiro, segundo revela o processo.
Outro pedido negado
Nessa segunda (19) Moraes negou o pedido de Bolsonaro para não prestar depoimento à PF sobre a tentativa de golpe e justificou que não há motivos para tal.
O ministro determinou que seja avisado à Polícia Federal que "inexiste qualquer óbice para a manutenção da data agendada para o interrogatório, uma vez que aos advogados do investigado foi deferido integral acesso aos autos", diz o ministro.