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Motta: Câmara está disposta a ‘agir com firmeza’ para defender o setor produtivo de tarifaço

Presidente da Câmara se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin e com o presidente da Embraer

Brasília|Rute Moraes, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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O presidente da Câmara, Hugo Motta, já havia se reunido com o presidente do Congresso para tratar sobre o assunto Vinicius Loures/Câmara dos Deputados - 09.07.2025

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu nesta sexta-feira (11) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e com o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, para tratar sobre a tarifa de 50% dos EUA contra produtos brasileiros.

Segundo Motta, os dois relataram que o tarifaço gera impactos negativos nos setores estratégicos da indústria brasileira.


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“Reafirmei que a Câmara dos Deputados acompanha os desdobramentos e está à disposição para agir com firmeza em defesa dos interesses de nosso setor produtivo, de nossa economia e da proteção dos empregos dos brasileiros que podem ser direta ou indiretamente atingidos pelas medidas”, escreveu Motta nas redes sociais.

Na quinta-feira (10), Motta e o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), se reuniram para discutir as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.


Após o encontro, eles divulgaram uma nota conjunta afirmando que a taxação deve ser respondida com diálogo nos campos diplomáticos e comercial. Além disso, que o Congresso vai acompanhar de perto os desdobramentos da taxação.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia responder à investida americana com a Lei da Reciprocidade Econômica. Mas, antes, deve tentar o diálogo.


Entenda

Em uma carta enviada a Lula na quarta-feira (9), Trump anunciou a imposição de tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano a partir de 1º de agosto.

A medida, segundo Trump, é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.


No texto, Trump afirma que “a forma como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional”. Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações envolvendo o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.

Ele também menciona uma suposta censura imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a plataformas de mídia social dos EUA, classificando as ordens judiciais como “secretas e ilegais” e alegando que isso viola direitos fundamentais de cidadãos americanos.

Além das críticas políticas, Trump argumenta que a relação comercial entre os dois países está “longe de ser recíproca” e aponta “políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais” impostas pelo Brasil como responsáveis por um déficit comercial que, segundo ele, ameaça a economia e a segurança nacional dos EUA.

De acordo com o presidente americano, mercadorias brasileiras enviadas a outros países para tentar contornar a tarifa também estarão sujeitas à sobretaxa. Trump deixou claro que eventuais aumentos de tarifas por parte do Brasil serão somados aos 50% anunciados. Ele ainda condicionou uma possível revisão da medida à abertura de mercado por parte do governo brasileiro e à eliminação de políticas que considera injustas.

Investigação

Na carta, Trump também ordena ao Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a abertura imediata de uma investigação com base na Seção 301 da legislação comercial americana — um dispositivo usado para apurar práticas consideradas desleais por países parceiros.

A carta termina com um tom de ameaça velada e abertura para negociação: “Essas tarifas podem ser modificadas, para mais ou para menos, dependendo da nossa relação com o seu país. Você nunca se decepcionará com os Estados Unidos da América.”

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