Motta: Câmara está disposta a ‘agir com firmeza’ para defender o setor produtivo de tarifaço
Presidente da Câmara se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin e com o presidente da Embraer

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu nesta sexta-feira (11) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e com o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, para tratar sobre a tarifa de 50% dos EUA contra produtos brasileiros.
Segundo Motta, os dois relataram que o tarifaço gera impactos negativos nos setores estratégicos da indústria brasileira.
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“Reafirmei que a Câmara dos Deputados acompanha os desdobramentos e está à disposição para agir com firmeza em defesa dos interesses de nosso setor produtivo, de nossa economia e da proteção dos empregos dos brasileiros que podem ser direta ou indiretamente atingidos pelas medidas”, escreveu Motta nas redes sociais.
Na quinta-feira (10), Motta e o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), se reuniram para discutir as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Após o encontro, eles divulgaram uma nota conjunta afirmando que a taxação deve ser respondida com diálogo nos campos diplomáticos e comercial. Além disso, que o Congresso vai acompanhar de perto os desdobramentos da taxação.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia responder à investida americana com a Lei da Reciprocidade Econômica. Mas, antes, deve tentar o diálogo.
Entenda
Em uma carta enviada a Lula na quarta-feira (9), Trump anunciou a imposição de tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano a partir de 1º de agosto.
A medida, segundo Trump, é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No texto, Trump afirma que “a forma como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional”. Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações envolvendo o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.
Ele também menciona uma suposta censura imposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a plataformas de mídia social dos EUA, classificando as ordens judiciais como “secretas e ilegais” e alegando que isso viola direitos fundamentais de cidadãos americanos.
Além das críticas políticas, Trump argumenta que a relação comercial entre os dois países está “longe de ser recíproca” e aponta “políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais” impostas pelo Brasil como responsáveis por um déficit comercial que, segundo ele, ameaça a economia e a segurança nacional dos EUA.
De acordo com o presidente americano, mercadorias brasileiras enviadas a outros países para tentar contornar a tarifa também estarão sujeitas à sobretaxa. Trump deixou claro que eventuais aumentos de tarifas por parte do Brasil serão somados aos 50% anunciados. Ele ainda condicionou uma possível revisão da medida à abertura de mercado por parte do governo brasileiro e à eliminação de políticas que considera injustas.
Investigação
Na carta, Trump também ordena ao Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a abertura imediata de uma investigação com base na Seção 301 da legislação comercial americana — um dispositivo usado para apurar práticas consideradas desleais por países parceiros.
A carta termina com um tom de ameaça velada e abertura para negociação: “Essas tarifas podem ser modificadas, para mais ou para menos, dependendo da nossa relação com o seu país. Você nunca se decepcionará com os Estados Unidos da América.”
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