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Mourão chama indiciamento de Bolsonaro de ‘fanfarronada’ e questiona Moraes em inquérito

Ex-vice-presidente da República questiona se vítima pode ser indiciador e julgador de um processo

Brasília|Do R7, em Brasília

Mourão criticou indiciamento de Bolsonaro
Mourão criticou indiciamento de Bolsonaro Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente da República durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), chamou o indiciamento do ex-presidente por suposta tentativa de golpe de Estado de “fanfarronada” e criticou o fato de o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) estar à frente do inquérito que mira Bolsonaro.

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“Vejo uma fanfarronada. E a partir daí, dentro da busca incessante de envolver o presidente Bolsonaro, o general Braga Netto, o general [Augusto] Heleno, que você conhece tão bem e que é um homem que não toma atitudes dessa natureza, arma-se esse cenário todo, joga-se quase que um pó de pirlimpimpim e, aí, shazam: saem 37 pessoas nesse pacote indiciadas", afirmou Mourão durante gravação do podcast dele, “Bom dia com Mourão".

O senador questionou: “Como que a vítima pode ser o indiciador e julgador desse processo?“. ”Essas pessoas [que foram indiciadas] já estão colocadas em um inquérito na mão de um magistrado que é, em tese, vítima desse processo. Isso é um verdadeiro atentado contra os princípios básicos do direito. Quando você coloca esses paradoxos, você vê que nós estamos fugindo do devido processo legal“, pontuou.

Mourão ressaltou que a suposta tentativa de golpe investigada pela PF foi um “plano sem pé nem cabeça".


“Aqui no Brasil, não houve nenhum deslocamento de tropa. Nós temos um grupo de militares, pequeno, maioria militares da reserva que, em tese, montou um plano sem pé nem cabeça. Eu não consigo nem imaginar como uma tentativa de golpe. E é importante que as pessoas compreendam que tentativa de golpe tem que ter um apoio de parcela expressiva da Força Armada. Ninguém dá golpe no país sem ter a Força Armada, nem que seja para proteger uma mudança constitucional.“

Plano de assassinato

Mourão também falou sobre um suposto plano descoberto pela PF em que militares teriam cogitado assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.


“Se meia-dúzia de três ou quatro (sic) resolveu escrever bobagem, tudo bem. É crime escrever bobagem? Vou deixar para os juristas, vamos discutir isso. Eu vejo crime quando você parte para a ação. Se tivessem feito uma emboscada para o ministro Alexandre de Moraes ou para o presidente da República, disparado contra ele. Nada disso aconteceu. Ficou tudo, vamos dizer assim, no terreno da imaginação. E imaginação bem fértil", comentou.

Foro privilegiado

Mourão destacou que a maioria das pessoas indiciadas ao lado de Bolsonaro não tem foro privilegiado, o que segundo ele é um erro. “Essas pessoas estão sendo julgadas na última instância do Judiciário, não têm a quem recorrer", lembrou. Ele disse esperar que a PGR (Procuradoria-Geral da República) analise o relatório da investigação policial com cautela e “faça um trabalho melhor".


“Espero que a PGR reflita bem, pese o que há efetivamente de provas, ações concretas. E não: ‘Ouvi dizer’, e não fantasias, para efetivamente apresentar denúncia contra quem realmente conspirou ou tomou alguma atitude que levasse a uma derrubada do Estado de direito aqui do Brasil ou do sistema democrático", disse.

“Nós não vimos isso. O que existe é a tentativa constante de querer colocar essa carga nas costas do presidente Bolsonaro, do seu círculo imediato e de parcela das Forças Armadas, completou.

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