Multado por não usar máscara, Bolsonaro é inscrito na dívida ativa
Chefe do Executivo foi criticado pela gestão durante a pandemia e recebeu multas por não utilizar o objeto de proteção em SP
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro foi inscrito na dívida ativa do governo de São Paulo por não pagar R$ 643,88 relativo a multa do uso obrigatório da máscara de proteção contra Covid-19. Bolsonaro não usou a proteção durante a pandemia em território paulista.
Bolsonaro foi multado ao menos sete vezes por descumprir as normas sanitárias. O uso de máscaras era obrigatório no estado desde maio de 2020, conforme decreto nº 64.959 e resolução SS 96 e passou a ser opcional no final do ano passado. As normas foram editadas pelo então governador João Doria (PSDB), rival do chefe do Executivo.
O presidente tem o prazo de 75 dias para recorrer ou pagar a multa. Caso nenhuma das opções seja realizada por ele, o nome de Bolsonaro vai para o Cadin (Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais).
No final do ano passado, Bolsonaro, criticado pela gestão durante a pandemia, afirmou que era proibido máscara no Palácio do Planalto. A declaração, dada ao vivo nas redes sociais, ocorreu dentro do gabinete presidencial, na companhia de diversos sanfoneiros e forrozeiros.
Já no início deste ano, durante conversa com apoiadores, Bolsonaro ironizou as multas recebidas por não usar máscara e provocou João Doria. "Foram algumas multas do calcinha apertada", disse, em referência as peças de roupas justas usadas pelo ex-governador paulista, que saiu do comando do estado para disputar a Presidência da República nas eleições de outubro. Após pressão feita por correligionários e membros de outros partidos, Doria recuou e desistiu da candidatura.
Infrações cometidas por Bolsonaro em São Paulo:
1ª - 12 de junho em São Paulo;
2ª – 25 de junho em Sorocaba;
3ª – 31 de julho em Presidente Prudente;
4ª, 5ª e 6ª – 20 e 21 de agosto em Iporanga, Eldorado e Ribeira;
7ª – 7 de setembro em São Paulo.
Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto não se manifestou.