'Não compareceu em nenhuma reunião e mandou o vice', diz Lula sobre governador de MG
Presidente se reuniu com autoridades de Minas Gerais para discutir a renegociação da dívida bilionária do estado com a União
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por não comparecer a reuniões de renegociação da dívida do estado com a União, no valor de R$ 160 bilhões, e disse que o titular mineiro mandou o vice-governador em seu lugar. A fala consta em um vídeo publicado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também participou do encontro, realizado nesta terça-feira (21).
"Quero agradecer ao presidente do Senado porque eu estou na Presidência há dez meses, eu ouço o [Fernando] Haddad dizer, de vez em quando, que tem tentado discutir a dívida dos estados com os governadores. E é importante lembrar que o governador de Minas Gerais não compareceu em nenhuma reunião. Ele mandou o vice", disse.
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"Da parte do governo federal, eu tenho certeza que o ministro Haddad e o ministro Rui Costa vão fazer todo o esforço para que a gente encontre uma solução amigável, que possa ser sustentável para o estado e para a União. Eu tenho certeza que o Haddad vai levar isso muito a sério. Eu espero que daqui para frente o governador compareça para conversar com o ministro da Fazenda. Eu quero ajudar, o governo federal quer ajudar. Eu só espero que haja boa vontade do governador de fazer um acordo que seja razoável aos olhos da sociedade mineira e do povo brasileiro", completou Lula.
Participaram da reunião, além de Lula e Pacheco, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). O presidente da Assembleia Legislativa de MG, Tadeu Martins Leite, também estava presente.
Em agosto, Zema não participou do lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Belo Horizonte, por causa de outros eventos agendados.
Durante a agenda, Pacheco disse que o pagamento da dívida não pode sacrificar empresas nem servidores públicos de Minas Gerais. Uma proposta de regime de recuperação fiscal em tramitação na Assembleia Legislativa do estado condiciona a renegociação da dívida a medidas como privatizações e congelamento de salários.
Segundo Pacheco, Lula pediu um estudo técnico ao Ministério da Fazenda. "A proposta busca utilizar os ativos que o estado dispõe para a quitação da dívida. Ao final de nove anos, em vez de ter uma dívida de R$ 210 bilhões, que são impagáveis, teremos um saldo de dívida muito menor, com a capacidade de retomada de crescimento e investimentos. O presidente recebeu muito bem a proposta e incumbiu o ministro Fernando Haddad de fazer um estudo técnico", destacou o senador.
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Pela ideia, as estatais mineiras serão vendidas à União pelo valor de mercado, com o compromisso da União de reversão do ativo dentro de Minas Gerais, além de desconto do saldo remanescente da dívida para o pagamento em dez anos. O texto também tem uma cláusula que garante a recompra das estatais pelo governo mineiro dentro de 20 anos.
A ideia será levada ao governador Romeu Zema. Uma reunião entre Pacheco e o governador está marcada para acontecer nesta quarta-feira (22). "Espero que haja colaboração do governo federal e a sensibilidade do governo do estado para a solução definitiva desse assunto", disse Pacheco.