‘Não vou colocar câmera em policial meu de maneira alguma’, diz Caiado a Lula
Fala ocorreu em reunião no Planalto para apresentação de PEC do governo federal com mudanças para a segurança pública
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7 em Brasília, e Caroline Aguiar, da RECORD
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), descartou nesta quinta-feira (31) qualquer possibilidade de implementar câmeras corporais nos policiais militares do estado. A fala foi feita durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para apresentação da PEC (proposta de emenda à Constituição) da segurança pública. O texto foi elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e contém sugestões de mudanças do governo federal para o tema.
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“Eu sou governador do estado, eu fui eleito pelo meu povo. Eu não vou colocar câmera em policial meu de maneira alguma. Não existe a hipótese de colocar câmera em policial meu. Eu tenho que ter uma corregedoria séria, honesta, que não admita milícia. E não admito, prendi muitos policiais no meu estado. Não admito milícias”, destacou Caiado, ao criticar as propostas do governo federal.
“Mas não admito uma situação dessa, em que nós estamos aqui para pagar salário e receber ordem do Congresso e da União, para dizer como eu vou me comportar em Goiás. Isso é inadmissível. É uma usurpação de poder. É uma invasão de prerrogativa, numa prerrogativa que está garantida a nós, governadores”, acrescentou.
O texto apresentado nesta quinta não faz referência ao uso de câmeras corporais pelas forças de segurança dos estados. Está em vigor desde maio deste ano uma portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre o uso dos dispositivos. No entanto, o documento não obriga a adoção dos itens — a adesão dos estados é opcional.
Pelo texto de maio, as câmeras podem ser usadas por integrantes das polícias Federal, Rodoviária Federal, Penal Federal e militares; corpos de bombeiros militares; polícias civis; polícias penais estaduais e guardas municipais, entre outras corporações, bem como por agentes mobilizados pela Força Nacional de Segurança Pública e pela Força Penal Nacional.