Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

‘Nossas regiões estão ameaçadas pelo extremismo’, diz Lula ao lado do presidente da Croácia

Líder brasileiro defendeu cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas e repreendeu a invasão da Rússia na Ucrânia

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Os presidentes Lula e Zoran Milanović (Croácia) Ricardo Stuckert/PR - 03.07.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (3), que diversas regiões do mundo estão ameaçadas pelo “extremismo político, pela manipulação da informação e pela violência que ataca e silencia as minorias”. A declaração foi dada após reunião com o presidente da Croácia, Zoran Milanović. O líder brasileiro também criticou a meta ambiental do Acordo de Paris, defendeu cessar-fogo em Gaza e repreendeu a invasão da Rússia na Ucrânia.

Leia mais

“Nossas regiões estão ameaçadas pelo extremismo político, pela manipulação da informação e pela violência que ataca e silencia as minorias. O processo de renovação política na União Europeia se aproxima e, em poucos dias, as 720 vagas do parlamento europeu estarão em disputa. A vitalidade da democracia é fundamental no momento em que vivemos. Para vencer o totalitarismo, será preciso unir todas os democratas. No Brasil, mantemos viva a memória de Vladimir Herzog, jornalista brasileiro que nasceu na cidade croata de Osijek e se tornou um dos símbolos da luta contra a ditadura militar”, afirmou Lula.

Lula condenou a invasão da Rússia na Ucrânia. “Uma desescalada seria um passo necessário para que as partes possam retomar o diálogo direto. Apoiaremos a realização de uma conferência internacional, que seja reconhecida tanto pela Ucrânia, quanto pela Rússia”, disse. Lula também defendeu cessar-fogo no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. “O Brasil continuará trabalhando por cessar-fogo permanente, que permita entrada de ajuda humanitária e pela liberação imediata de todos os reféns”, afirmou.

“A violação cotidiana do direito humanitário é chocante e tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. É fundamental que a comunidade internacional trabalhe para a solução de dois estados, vivendo lado a lado em segurança. O recente reconhecimento do Estado Palestino por Espanha, Noruega e Irlanda é um passo importante nessa direção”, argumentou o petista.


Essa foi a primeira visita oficial de um presidente croata desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, em 1992. Milanović, acompanhado da primeira-dama croata Sanja Musić Milanović, veio ao Brasil a convite de Lula. A viagem deve durar até 6 de junho, e o presidente croata planeja visitar a cidade de São Paulo, onde deve se encontrar com a comunidade da Croácia no Brasil, estimada em 80 mil pessoas, incluídos os descendentes, além de uma reunião com o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Acordo de Paris

Em sua declaração, Lula criticou a atual meta ambiental do Acordo de Paris — de manter o aquecimento global entre um 1,5 ºC e 2 ºC até o fim do século — e a classificou como “insuficiente”.


“Essa é uma mensagem que vamos reforçar no dia Mundial do Meio Ambiente, que celebramos em breve. Precisaremos de renovada ambição para o anúncio das novas Contribuições Nacionalmente Determinadas na COP 30 em Belém. O Brasil vai liderar pelo exemplo. Apresentaremos contribuições robustas. Nosso compromisso em zerar o desmatamento da Amazônia até 2030 está sendo cumprido”, disse o presidente.

Na sequência, Lula disse que a Croácia também está buscando avançar na área de hidrogênio de baixo carbono. O presidente aproveitou o momento para voltar a cobrar dos países ricos a transferência de recursos para países pobres, a fim de alcançar as metas ambientais. “Muitos países do Sul Global não terão condições de assumir metas arrojadas sem financiamento e transferência de tecnologia. Países em desenvolvimento vão precisar de 4 a 6 trilhões de dólares ao ano para seus esforços de adaptação. Esse é um tema que teremos que enfrentar já na COP de Baku. Captar mais recursos, contudo, não será suficiente se eles não forem acessíveis”, relatou.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.