'Nunca teve tanto sindicalista trabalhando no governo como agora', diz Lula
Presidente discursou em evento que empossou a nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, berço político do petista
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou neste domingo (23) que nunca houve tantas lideranças sindicais trabalhando no governo federal quanto agora, em seu terceiro mandato. A declaração ocorreu durante evento de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), berço político do petista.
Ao cumprimentar o novo presidente do sindicato, Moisés Selerges, Lula citou cinco ex-presidentes da organização que estão na atual gestão do governo federal: Jair Meneguelli, Vicente Paulo da Silva, Heiguiberto Guiba Navarro, José Lopez Feijóo e Wagner Santana. “Nunca teve tanto sindicalista trabalhando no governo como agora“, afirmou Lula.
As centrais sindicais têm conseguido postos estratégicos no governo Lula, reconquistando o espaço perdido nos quatro anos de Jair Bolsonaro (PL) no poder. Por exemplo, sindicalistas foram indicados para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão, que vai elaborar o planejamento que orientará o Orçamento brasileiro para os próximos quatro anos, de 2024 a 2027.
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Ao destacar a posse de Moisés Selerges, Lula frisou que não se deve esquecer que a mobilização coletiva "começa na porta da fábrica".
"A classe trabalhadora quer viver bem, trabalhar bem, casar bem, quer que os filhos estejam em escolas de qualidade. E mais ainda, a gente quer ter o direito de tirar férias e viajar de avião para onde a gente quiser. É para isso que a gente trabalha. A gente tem que ter o direito de comprar aquilo que nós produzimos", completou.
Crítica ao bolsonarismo
O presidente também comentou que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi "derrotado", mas o bolsonarismo, não, e chamou os aliados do ex-chefe do Executivo de "malucos que estão na rua ofendendo as pessoas". Em seguida, Lula voltou a comentar o caso da agressão sofrida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma e referiu-se ao agressor como "um canalha".
"Derrotamos o Bolsonaro, mas não derrotamos o bolsonarismo. Os malucos estão na rua ofendendo pessoas, xingando pessoas. Nós diremos para eles que queremos fazer este país voltar a ser civilizado. As pessoas não têm que se gostar. Têm que se respeitar. Não têm que gostar do seu vizinho, apenas aprender a conviver respeitosamente."
Em seguida, Lula voltou a citar a agressão a Moraes. Ele ainda disse que entregou o nome do empresário Roberto Mantovani Filho ao chanceler alemão após o episódio. "Esse cara era empresário de uma empresa alemã. Eu entreguei o nome dele para o chanceler alemão. E esse cara foi expulso do partido ontem pelo [Gilberto] Kassab. Ele tinha sido candidato", declarou.
O presidente esteve com o chanceler alemão, Olaf Scholz, na semana passada, dois dias após a agressão a Moraes. No mesmo dia, Mantovani foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Ele nega as agressões.
Procedimento no quadril
Mais cedo, Lula passou por um procedimento médico conhecido como infiltração, para aliviar dores no quadril direito. Ele submeteu-se ao tratamento ortopédico no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e não fez exames, segundo a assessoria dele. Em maio, a equipe médica presidencial chegou a avaliar a possibilidade de uma cirurgia na região.
O chefe do Executivo, de 77 anos, tem reclamado de dores na região do quadril direito. Em um evento em Salvador, ainda em maio, o presidente chegou a dizer que "injeção já não resolve". No fim de fevereiro, ele foi submetido a um exame de imagem.