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R7 Brasília

Pacheco dá ao relator 180 dias para divulgar quem recebeu emendas

Presidente do Senado quer que senador Marcio Bittar (PSL-AC) revele a origem das emendas ao Orçamento 2021

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enviou, nesta sexta-feira (3), um ofício ao senador Marcio Bittar (PSL-AC), relator do Orçamento de 2021, pedindo que ele divulgue em até 180 dias o nome dos parlamentares para os quais liberou recursos de emendas de relator — que constituem o chamado orçamento secreto. A solicitação serve para atender o que determinou o STF (Supremo Tribunal Federal).

Pacheco tomou a decisão de solicitar as informações após reunião com a ministra Rosa Weber, que foi a relatora do julgamento sobre o orçamento secreto no STF, na noite de quinta-feira (2).

Segundo o ofício destinado a Bittar, que também foi enviado ao Supremo, Pacheco pede ao senador que, "apesar da inexistência de obrigação legal anterior de registro dos pedidos formulados ao relator-geral por senadores, deputados, ministros de estado, governadores, prefeitos, associações e cidadãos, e de não haver cadastramento prévio dos mesmos em setor específico do Congresso Nacional, sejam adotadas as providências possíveis e necessárias para individualizar e detalhar as indicações das emendas de sua autoria e declinar as respectivas motivações".

Pacheco ainda solicita que o relator do Orçamento de 2021 apresente, "caso detenha, registros formais, informações pretéritas ou atuais sobre essas indicações, ou justifique a impossibilidade de fazê-lo". De acordo com o ofício, a presidência do Senado "disponibilizará a estrutura e os servidores necessários" ao longo desses 180 dias para que Bittar reúna as informações.


Ao R7, Bittar disse que fará "tudo o que for possível para atender" à solicitação de Pacheco.

Recuo do Senado

A decisão de Pacheco representa um recuo em relação ao que foi decidido pelo Congresso Nacional em ato conjunto da Câmara e do Senado publicado na semana passada. Cobrado pelo STF a adotar medidas de transparência para a execução dos recursos dos exercícios orçamentários de 2020 e 2021, para que fosse assegurado amplo acesso público a todas as demandas de parlamentares sobre a distribuição das emendas que são controladas pelo relator do Orçamento, o parlamento decidiu não informar quais congressistas foram contemplados com a verba.

A justificativa dada pelo Congresso para não dar transparência às emendas repassadas a deputados e senadores que já foram executadas foi a "impossibilidade fática de se estabelecer retroativamente um procedimento para registro" das demandas recebidas pelo relator-geral com sugestão de alocação de recursos, o que dificulta o registro do nome dos parlamentares que participaram do orçamento secreto, segundo o Congresso.

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