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Palestinos parentes de brasileiros repatriados serão abrigados e terão apoio para emissão de documentos

Brasileiros e familiares foram autorizados a deixar a Faixa de Gaza pelo Egito, na manhã deste domingo (12)

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Voo deve chegar ao Brasil nesta segunda (13)
Voo deve chegar ao Brasil nesta segunda (13) Voo deve chegar ao Brasil nesta segunda (13)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou neste domingo (12) que os palestinos parentes de brasileiros que deixaram a Faixa de Gaza em direção ao Brasil serão acolhidos em ação conjunta dos ministérios da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e do Desenvolvimento Social (MDS) e da Casa Civil, além das pastas das Relações Exteriores e da Defesa, que coordenaram a operação de repatriação. O chanceler concedeu entrevista coletiva neste domingo (12), no Palácio do Itamaraty.

"Na chegada, também teremos participação do MJSP e do MDS, na parte de apoio a todos esses brasileiros. O Ministério do Desenvolvimento Social tem, junto à Casa Civil, esse sistema de apoio e acolhimento. Será disponibilizada identidade, permissão de trabalho, acesso ao SUS e a toda a rede de apoio social para refugiados, inclusive com opções de pedido de refúgio e de regularização da situação de cada um", afirmou Vieira. 

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Os brasileiros e familiares foram autorizados a deixar a Faixa de Gaza, pela cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, nas primeiras horas deste domingo (12), no horário de Brasília. Da primeira relação, com 34 nomes, houve duas desistências. O grupo a ser repatriado é composto de 22 brasileiros e 10 parentes palestinos, dos quais 7 têm o registro nacional migratório. Entre as 32 pessoas, há 17 crianças, 9 mulheres e 6 homens.

O chanceler avaliou a operação como bem-sucedida. "Foram dez voos de repatriação, a maioria de Israel e um voo da Cisjordania, trazendo brasileiros de origem palestina. Agora, finalmente, com grande satisfação, concluímos essa etapa com a chegada amanhã à noite a Brasília", declarou.

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Bolsonaro e embaixador de Israel

De acordo com o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou vontade de se reunir com os brasileiros e parentes próximos vindos da Faixa de Gaza. A previsão é que o grupo chegue ao Brasil no fim da noite de segunda (13). "Precisamos saber que horas o voo vai chegar, mas não vejo dificuldade nisso. Ele tem interesse [no encontro]", completou Vieira. 

Lula registrou, neste domingo (12), em uma rede social a saída dos brasileiros da zona de conflito. "Os brasileiros já atravessaram a fronteira e se encontram no Egito, de onde virão, em segurança, para o Brasil, na operação Voltando em Paz", escreveu Lula, que elogiou a atuação dos órgãos do governo federal.

Sem citar nomes, Mauro Vieira afirmou que "todo o esforço para libertação [dos brasileiros na zona de conflito], desde o início, foi feito pelo governo do presidente Lula, por instrução dele e acompanhemento diário." "Eu fui o interlocutor de todos os contatos que foram feitos, e isso que resultou na conclusão exitosa, com todos os países envolvidos. Isso que existe. Além disso é desinformação", declarou.

O chanceler foi questionado sobre uma reunião, na quarta-feira (8), na Câmara dos Deputados, entre parlamentares, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine. Depois do encontro, a base aliada ao ex-presidente passou a vinculá-lo aos esforços de negociação para repatriar os brasileiros que estavam na Faixa de Gaza.

Perguntado especificamente sobre o embaixador de Israel no Brasil, o ministro alegou não conhecê-lo. O convite para que Bolsonaro participasse da reunião foi feito por parlamentares, sem o conhecimento prévio da representação diplomática israelense.

O Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Israel divulgou neste sábado (11) uma nota em que esclarece a situação após o encontro causar mal-estar aos diplomatas, com cobranças de representantes da comunidade israelense.

O objetivo da reunião era discutir os ataques do grupo terrorista Hamas contra o povo israelense, em 7 de outubro, e proporcionar maior conhecimento aos representantes brasileiros sobre a situação na Faixa de Gaza.

Após a repercussão negativa, a Embaixada de Israel divulgou um posicionamento em que alega ter convidado "parlamentares e apenas parlamentares" para a reunião. "A presença do ex-presidente não foi coordenada pela Embaixada de Israel e não era de nosso conhecimento antes da reunião."

Conselho de Segurança da ONU

O ministro voltou a lamentar o confronto entre Israel e o Hamas. "A situação desses brasileiros [que saíram de Gaza neste domingo (12)] está momentaneamente resolvida, mas a situação do conflito é gravíssima. O presidente Lula continua muito envolvido na solução da questão e tem falado constantemente com todos os atores importantes envolvidos", afirmou.

De acordo com Vieira, Lula pretende pautar o tema novamente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). O Brasil presidiu o grupo durante outubro e costurou uma resolução de cessar-fogo. O documento, contudo, foi vetado pelos Estados Unidos.

"É sua intenção voltar a tratar neste momento no Conselho de Segurança da ONU da questão, a partir desta semana, para encontrar uma forma de suspensão e cessação de hostilidades e criação de uma pausa humanitária para aliviar da população civil palestina que se encontra ainda em Gaza", destacou o chanceler.

Saída pelo Egito

Segundo o chanceler, houve "boa vontade" na libertação dos brasileiros tanto pelo lado de Israel quanto do Egito. "Se não aconteceu antes... Não foi só com o Brasil. Havia uma lista de países e de nacionais desses países prontos e esperando para partir", explicou.

"Alguns países tinham 500 ou 600 nacionais. Na medida em que foram recebidos, entraram [na fronteira com o Egito] em ordem de prioridade, que foi seguida e atendida. Saímos, acredito, no oitavo ou décimo dia de passagem de civis. Acho que foi dentro do negociado e acordado com os lados envolvidos", completou. 

Quase metade dos brasileiros que conseguiram cruzar a fronteira de Gaza com o Egito vai para uma cidade do interior de São Paulo, ainda não divulgada, dois dias após o desembarque em Brasília (DF). 

A aeronave tem previsão de pouso no Brasil às 23h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (13). A expectativa é que o avião decole do Cairo, capital do Egito, às 6h50 (horário de Brasília) de segunda (13). Os passageiros já estão na capital do país africano.

A aeronave, cedida pela Presidência da República, deve fazer três paradas técnicas antes de chegar à Base Aérea de Brasília — Roma, na Itália; Las Palmas, na Espanha; e na Base Aérea do Recife. O avião está no Cairo à espera dos brasileiros desde 18 de outubro. 

Espera na Faixa de Gaza

O grupo estava dividido em duas cidades no sul de Gaza — Rafah e Khan Younis, desde 14 de outubro. Rafah fica na fronteira entre o Egito e Gaza e é por onde passam os caminhões com ajuda humanitária. Nela, pelo menos 18 pessoas aguardavam repatriação: nove crianças, cinco mulheres e quatro homens.

Em Khan Younis, havia 16 pessoas à espera da repatriação para o Brasil: nove crianças, cinco mulheres e dois homens. O Itamaraty alugou uma casa na cidade para hospedá-los até que a passagem de Rafah fosse aberta.

Após a autorização de trânsito pelo Egito, o grupo de brasileiros e seus familiares será transportado do posto de Rafah ao aeroporto do Cairo. O transporte, em ônibus identificado como do Brasil, terá apoio do corpo diplomático brasileiro no Egito.

Será o décimo voo de repatriação do governo federal, na operação feita em parceria entre os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa e a Força Aérea Brasileira (FAB). A Operação Voltando em Paz, que usou três aviões da FAB e dois da Presidência, vai totalizar 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos, repatriados do Oriente Médio quando os últimos brasileiros que estavam em Gaza chegarem.

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