Parlamentares que apoiaram atos de vandalismo serão 'chamados à responsabilidade', diz Lira
O presidente da Câmara Federal afirmou nesta segunda-feira (16) que os deputados devem responder por sua postura
Brasília|Sarah Paes, do R7, em Brasília
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou nesta segunda-feira (16) que os parlamentares que demonstraram apoio aos atos de vandalismo praticados por extremistas no último dia 8 de janeiro, em Brasília, serão chamados e deverão responder por sua postura.
“Todos os que tiverem responsabilidade devem responder. Inclusive parlamentares que andam difamando e mentindo com vídeos, dizendo que praticamente houve inverdades nas agressões e no que todos vimos que a Câmara dos Deputados sofreu”, disse Lira após a vistoria técnica realizada no 6° Batalhão de Polícia Militar, localizado próximo à praça dos Três Poderes.
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Lira informou que conversou com os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), André Fernandes (PL-CE) e Clarissa Tércio (PP-PE). Os dois últimos são parlamentares sobre os quais o Ministério Público Federal (MPF) solicitou, na última quarta-feira (11), a abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) por incitação nos atos.
O presidente da Câmara disse, ainda, que não viu nenhuma ação que corroborasse os inquéritos que foram instaurados. No entanto, afirmou que, se for comprovada a incitação por parte de qualquer deputado, eles devem ser chamados à responsabilidade.
“Esses deputados serão chamados à responsabilidade porque todos viram, as cenas são terríveis, violentas, gravíssimas. Eles terão que ser chamados porque de qualquer maneira são parlamentares eleitos e não podem estar divulgando fatos que não condizem com a realidade”, explicou.
Lira pediu paciência e lembrou que as investigações ainda estão em andamento. “Nós temos que ter calma, nesse momento, de investigar todos os aspectos. A nossa fala não muda, todos os que praticaram e contribuíram com esses atos de vandalismo devem ser severamente punidos”, completou.
Na manhã desta segunda-feira (16), Lira ainda se reuniu com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para conversar sobre as medidas a ser tomadas.
Identificação de militares
O interventor na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou que está sendo investigada a participação de profissionais da polícia que lutaram contra a própria corporação. “O sargento, que inclusive ficou ferido e levou vários pontos na cabeça, disse em depoimento que existiam homens no campo de batalha com conhecimento do terreno, conhecimento de táticas de combate, com características profissionais, eram homens profissionais que estavam no meio dos manifestantes.” Segundo Cappelli, depoimentos como esse devem auxiliar na investigação e identificação das pessoas que cometeram os crimes.