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Pequenos produtores entram no mercado de carbono com projeto que transforma conservação em renda

Idealizado pelo Sebrae, projeto Carbono Social envolve 150 agricultores familiares em uma área de 15 mil hectares

Brasília|Mariana Saraiva, do R7, em Brasília

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Iniciativa começou em julho de 2025 Divulgação

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Projeto Carbono Social transforma conservação da floresta em renda para pequenos produtores e comunidades tradicionais.
  • Iniciativa busca inserir agricultores familiares na economia de baixo carbono, garantindo a proteção ambiental.
  • 150 agricultores estão envolvidos em um projeto-piloto, com foco em manejo sustentável e capacitação técnica pelo Sebrae.
  • Plataforma WebGIS conecta iniciativas sustentáveis ao mercado de carbono, promovendo transparência e escalabilidade.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Enquanto o mundo busca caminhos para um mercado de carbono mais justo e transparente, o Brasil aposta em um modelo que coloca os pequenos produtores e as comunidades tradicionais no centro da transição verde. É o Carbono Social, projeto idealizado pelo Sebrae, em parceria com a Ecam, a ReSeed e a Social Carbon, que será apresentado na COP30, em Belém (PA).


A iniciativa parte de uma ideia simples e poderosa: transformar as práticas sustentáveis de quem vive e trabalha na floresta em créditos de carbono rastreáveis, capazes de gerar renda e fortalecer a conservação ambiental.

Em vez de permanecerem à margem das negociações internacionais, agricultores familiares e comunidades amazônicas passam a ter papel direto na economia de baixo carbono.


Um exemplo é o de Socorro Silva Laurindo, 48 anos, moradora de Santarém (PA), que cultiva mandioca. Por meio do projeto, ela aprendeu novas formas de trabalhar na floresta sem degradá-la e passou a receber uma renda extra.

“O projeto nos deu a oportunidade de trabalhar com segurança, mantendo a floresta em pé, plantando e colhendo para garantir nosso sustento e nossas vendas, mas sempre conservando o que temos, porque a floresta é essencial para a nossa vida, não só para os produtores, mas para todos”, afirma a produtora.


“Além disso, a conservação nos traz uma renda a mais, o que ajuda na sustentabilidade da nossa família e valoriza a comunidade. É gratificante participar de algo que protege e, ao mesmo tempo, gera oportunidade”, ressalta.

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Sustentabilidade e inclusão

O projeto-piloto, que começou em julho de 2025, envolve 150 agricultores familiares em uma área de 15 mil hectares, dos quais 8,5 mil estão sob manejo sustentável em sistemas agroflorestais e florestas preservadas.

O Sebrae oferece capacitação técnica, mapeamento de cadeias produtivas e ferramentas para que os próprios produtores possam acessar a receita gerada pela venda dos créditos. Parte dos recursos será reinvestida nas comunidades, criando um ciclo virtuoso de desenvolvimento local.

“O carbono social representa uma nova rota de desenvolvimento inclusivo, essencial para reconhecer e remunerar quem está na floresta conservando o meio ambiente”, frisa Décio Lima, presidente do Sebrae.

Uma das inovações do projeto é a plataforma WebGIS de inteligência territorial, que utiliza geoprocessamento para reunir dados socioambientais, produtivos e de carbono. O sistema conecta as iniciativas sustentáveis da Amazônia a compradores, fundos climáticos e políticas públicas, garantindo transparência e escala ao mercado voluntário de carbono.

Segundo o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, o modelo busca aproximar “quem preserva e quem precisa compensar as emissões”. A meta, explica, é expandir o projeto para outros biomas, respeitando as especificidades de cada território e gerando impacto social positivo.

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