Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

PF diz que houve mais de 60 mil acessos de monitoramentos ilegais da Abin

Para Alexandre de Moraes, a investigação demonstra a plena ciência da realização das condutas ilícitas por Alexandre Ramagem

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília


Foram 60 mil acessos ilegais, diz Moraes
Foram 60 mil acessos ilegais, diz Moraes Carlos Moura/SCO/STF - 7.11.2023

Em decisão que determinou busca e apreensão em endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), citou que a Polícia Federal indicou que os dados da ferramenta usada para monitoramentos ilegais da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) demonstram a realização de 60.734 acessos, dentre as quais somente 21.309 retornaram as respectivas geolocalizações de celulares. 

"A investigação da Polícia Federal aponta que o uso indevido da solução tecnológica First Mile ocorreu, precipuamente, em razão da omissão deliberada e participação dos gestores da ferramenta, e as ações desvirtuadas realizadas na Abin foram refletidas na natureza dos alvos monitorados, incluídos os ministros do STF, com objetivo de associá-los à associação criminosa", disse. 

Ramagem sabia de 'condutas ilícitas', diz PF
Ramagem sabia de 'condutas ilícitas', diz PF Valter Campanato/Agência Brasil – 11.07.2019

O ministro afirmou que a investigação demonstra a plena ciência da realização das condutas ilícitas pelo então diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ). Segundo Moraes, as investigações mostram que as “demandas” eram tratadas por meio de assessoras e não diretamente entre os investigados.

“Corroborando ainda mais o zelo em relação aos vestígios das condutas delituosas, de modo que o não acolhimento da representação em relação à Luciana Almeida poderia prejudicar, significativamente, a colheita de provas e o deslinde da investigação", afirmou o ministro.


Monitoramento

No dia 25 de janeiro, endereços ligado ao deputado federal Alexandre Ramagem, que atuou como diretor-geral da agência, sofreram buscas por parte dos agentes federais. Ramagem foi um dos alvos de uma operação que investiga o suposto uso ilegal de uma ferramenta de espionagem em sistemas da agência.

Moraes citou em sua decisão que a Polícia Federal apontou a utilização da agência na preparação de relatórios para defesa do senador Flávio Bolsonaro. De acordo com as investigações, a estrutura da Abin auxiliou na confecção de documentos para subsidiar a defesa do parlamentar no caso em que ficou conhecido como “rachadinhas”.


Abin fez relatório para defesa de Flávio no caso das 'rachadinhas', diz Moraes
Abin fez relatório para defesa de Flávio no caso das 'rachadinhas', diz Moraes Jefferson Rudy/Agência Senado

A decisão indica que a PF descobriu que policiais federais destacados, sob a direção de Ramagem, utilizaram das ferramentas e serviços da agência para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferir em diversas investigações da corporação, como, por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro, outro filho do ex-presidente - o filho mais novo é investigado por tráfico de influência, por ter recebido um veículo elétrico de empresários do ramo de exploração minerária.

Leia também

Desde o ano passado, a PF investiga o uso irregular de um sistema da Abin para monitorar autoridades brasileiras, como os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. De acordo com as investigações, o programa permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.