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R7 Brasília

Abin monitorou ilegalmente Moraes e Gilmar Mendes, de acordo com investigação da Polícia Federal

Suspeitas recaem sobre Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da PF durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Ex-diretor da Abin é alvo de operação
Ex-diretor da Abin é alvo de operação Rosinei Coutinho/SCO/STF e Nelson Jr./SCO/STF

Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizada para monitorar ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo fontes ligadas à PF, os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes estão na lista de suposta espionagem irregular. As suspeitas recaem sobre o ex-diretor-geral do órgão durante o governo Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro.

Além dos ministros, o nome do ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia também está entre os que teriam sido monitorados ilegalmente pela Abin.

Ramagem é um dos alvos de uma operação da Polícia Federal que investiga o suposto uso ilegal de uma ferramenta de espionagem em sistemas da agência.

O gabinete do parlamentar é um dos locais onde foram feitas as buscas. As ações também ocorreram em endereços de outras pessoas no Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A RECORD e o R7 procuraram a assessoria de Ramagem, que disse que não iria se posicionar no momento.


Ramagem é investigado por suspeita de uso de ferramenta ilegal de espionagem
Ramagem é investigado por suspeita de uso de ferramenta ilegal de espionagem Pablo Valadares/Câmara dos Deputados - 07.07.2021

A PF também suspendeu sete policiais federais do exercício das funções públicas. Segundo a corporação, as ações desta quinta-feira (25) fazem parte das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023.

A apuração mostrou que os investigados criaram uma estrutura paralela dentro da agência. “[O grupo] utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”, explicou a PF.


Os mandados de busca e apreensão são cumpridos nas seguintes cidades:

Brasília (DF) – 18 mandados;


Juiz de Fora (MG) – 1 mandado;

São João Del Rei (MG) – 1 mandado;

Rio de Janeiro (RJ) – 1 mandado.

Caso os crimes sejam comprovados, os suspeitos podem responder por invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

De acordo com as investigações, o programa permitia o monitoramento de até 10 mil celulares a cada 12 meses. Segundo fontes da Abin consultadas pela RECORD BRASÍLIA, o uso da ferramenta não é considerado crime em consultas feitas para dar andamento em investigações, por exemplo. Nestes casos, os agentes envolvidos na apuração ligam para as operadoras e pedem dados de algum suspeito.

Filhos de Bolsonaro

A Polícia Federal também trabalha com a suspeita de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para ajudar filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro fornecendo informações para que eles pudessem se defender de investigações judiciais em tramitação na Justiça.

PF apura se filhos de Bolsonaro tiveram acesso a informações da Abin
PF apura se filhos de Bolsonaro tiveram acesso a informações da Abin Carolina Antunes/PR

Em nota, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que "é mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida".

"Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro. Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia", disse na nota.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a operação é uma "perseguição" ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar foi o coordenador da segurança de Bolsonaro na campanha de 2018.

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