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PF faz buscas na casa do governador afastado Ibaneis Rocha e no Palácio do Buriti

Ações ocorrem no âmbito do inquérito que apura possível omissão de autoridades durante os ataques em Brasília, no dia 8 deste mês

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

Ibaneis Rocha durante reunião com os presidentes de empresas e órgãos vinculados ao GDF
Ibaneis Rocha durante reunião com os presidentes de empresas e órgãos vinculados ao GDF Ibaneis Rocha durante reunião com os presidentes de empresas e órgãos vinculados ao GDF

A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Havia sete agentes da PF na casa do governador por volta das 15h30 desta sexta-feira (20). Ibaneis é investigado por suposta omissão e inação nos ataques à sedes dos Três Poderes da República, no dia 8 de janeiro, por grupos de extremistas incoformados com o resultado das eleições.

De acordo com informações obtidas pelo R7, também ocorrem buscas no Palácio do Buriti, sede do governo local. Além de Ibaneis, é alvo das buscas Fernando Oliveira, ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF.

Oliveira era o número 2 da Secretaria de Segurança Pública quando o então secretário e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, viajou de férias para os Estados Unidos, na véspera dos ataques de extremistas ao Palácio do Planalto e aos prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional. Torres está preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, desde que voltou dos Estados Unidos, no sábado (14).

As buscas ocorrem a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por conta do inquérito aberto para apurar a autoria, o financiamento e a incitação do atentado realizado em Brasília. 

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Em nota, os advogados de defesa de Ibaneis, Alberto Toron e Cleber Lopes, disseram que o mandado de busca e apreensão na casa do governador afastado e no seu antigo escritório foi "inesperado". "O governador sempre agiu de maneira colaborativa em relação à apuração dos fatos em referência; certamente será a prova definitiva da inocência do chefe do executivo do Distrito Federal", diz o texto.

Em 9 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que Ibaneis fosse afastado do cargo por pelo menos 90 dias, depois que manifestantes provocaram diversos atos de vandalismo.

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"Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos", disse Moraes.

Extremistas presos

Depoimento à Polícia Federal

Após mais de duas horas de depoimento, na última sexta-feira (13), o governador afastado afirmou que esclareceu todos os questionamentos feitos pela Polícia Federal. Ele compareceu espontaneamente à sede da instituição para depor sobre os atos de vandalismo ocorridos em Brasília em 8 de janeiro.

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"Respondi a todos os questionamentos e espero ter deixado claro que não tive qualquer envolvimento, seja por ação ou por omissão, com os fatos ocorridos no domingo", declarou Ibaneis ao R7.

Leia também: Ibaneis Rocha deixa prédio da PF após duas horas de depoimento; veja

O governador afastado também confirmou à reportagem que determinou a retirada dos manifestantes dos acampamentos em 29 de dezembro, mas foi impedido pelo Exército. A informação, inclusive, foi repassada por Ibaneis à Polícia Federal, conforme consta no depoimento:

Indagado a respeito de medidas inicialmente adotadas para conter os acampamentos%2C o declarante [Ibaneis] afirmou que a área é sujeita à administração do comando do Exército%2C contudo o GDF manteve contato com comandantes militares para organizar a retirada pacífica dos acampados%3B que foi definida a data de 29%2F12%2F2022 e iniciado o procedimento de remoção%2C mas este foi sustado logo após o início por ordem do comando do Exército%3B que algumas barracas chegaram a ser retiradas%2C mas o DF Legal%2C auxiliado pela Polícia Militar%2C não conseguiu terminar todo o trabalho de retirada em razão da oposição das autoridades militares

(Trecho do depoimento do governador Ibaneis Rocha à PF)

Leia mais: 'Espero ter deixado claro que não tive qualquer envolvimento', diz Ibaneis 

Atos extremistas

Manifestantes que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 furaram um bloqueio da Polícia Militar do Distrito Federal e invadiram, na tarde do dia 8 de janeiro, os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, nos quais promoveram uma quebradeira.

No edifício-sede do STF, um grupo de extremistas quebrou vidros e destruiu móveis do plenário. No Palácio do Planalto, as imagens mostram que foram quebradas obras de arte, portas e uma mesa de vidro. No Congresso Nacional, vídeos exibem vândalos batendo contra cadeiras do plenário.

Vândalos presos

Ao todo, 1.500 pessoas foram detidas por participação nos atos antidemocráticos praticados em Brasília. Entre os presos estão radicais que atacaram os prédios dos Três Poderes, inconformados com o resultado das últimas eleições.

Na última terça-feira (17), Moraes manteve 140 vândalos presos após audiências de custódia sobre o ataque, em 8 de janeiro. Ao todo, 1.459 audiências foram realizadas, entre os dias 13 e 17 de janeiro. Moraes deliberou sobre 200 acusados de atos de vandalismo na última terça (16) — 140 pessoas tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, e 60 foram liberadas e responderão ao processo em liberdade.

Leia mais: STF mantém 140 presos por atos de vandalismo em Brasília

As audiências de custódia foram realizadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A expectativa é que o STF analise todos os casos até sexta-feira (20).

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