PF indicia governador do Rio de Janeiro por corrupção e peculato
Cláudio Castro é investigado em uma operação que apura fraudes em programas assistenciais do estado
Brasília|Plínio Aguiar e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
A PF (Polícia Federal) indiciou, nesta terça-feira (30), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pelos crimes de corrupção e peculato. O político é investigado no âmbito de uma operação que apura fraudes em programas assistenciais do estado. A defesa afirmou que vai entrar com pedido de nulidade do relatório da corporação e que Castro confia na Justiça.
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No final do ano passado, a PF realizou uma operação para investigar os crimes de organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel — todos geridos pelo governo do estado — entre 2017 e 2020.
Castro assumiu o mandato de governador do Rio de Janeiro em 2021, mas, antes disso, atuava como vice-governador na chapa com Wilson Witzel. De acordo com a PF, a organização criminosa entrou no setor público assistencial e realizou fraude em licitações e contratos administrativos.
“O grupo teria obtido vantagens econômicas e políticas indevidas, pois procurou direcionar a execução dos projetos sociais para seus redutos eleitorais, aproveitando-se também da população mais necessitada”, disse a corporação na época.
As investigações da PF apontaram que foram identificados pagamentos de vantagens ilícitas variáveis entre 5% e 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, que totalizam mais de R$ 70 milhões, na ocasião. As apurações seguem em sigilo.
O indiciamento, segundo consta no site do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), é formalizado pelo delegado com base em evidências colhidas em depoimentos, laudos e escutas, entre outros instrumentos que fazem parte da investigação.
Leia, na íntegra, a nota da defesa de Castro:
“A defesa do governador Cláudio Castro está entrando com um pedido de nulidade do relatório da PF que o indicia. Causa estranheza o fato de, em todos esses anos, o governador sequer ter sido convocado a prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos.
As informações que sustentam a investigação são infundadas e a defesa reitera que tudo se resume a uma delação criminosa, de um réu confesso, em documentos que estão sob segredo de Justiça e continuam a serem vazados, o que vem sendo contestado junto aos Tribunais Superiores em razão de sua absoluta inconsistência.
O governador confia na Justiça e está seguro de que tudo será esclarecido até o fim do processo legal.”