PGR reúne gabinete de crise para conter protestos pedindo intervenção militar
Grupo elabora ações estratégicas contra atos violentos e antidemocráticos que extrapolam o direito a manifestações
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O procurador-geral da República, Augusto Aras, convocou uma reunião do gabinete de crise do Ministério Público Federal (MPF) para elaborar estratégias a fim de conter atos antidemocráticos e violentos que pedem intervenção militar e extrapolam o direito a manifestações. O encontro foi fechado, na sede da PGR, nesta segunda-feira (21).
O grupo mapeia a situação nacional e debate ações para conter os movimentos. Prisão de líderes dos grupos extremistas e investigação dos financiadores dos atos estão sendo avaliadas. No entanto, por se tratar de uma reunião estratégica, informações com os detalhes das medidas a serem adotadas não devem ser divulgadas.
A reunião foi após aumento de atos violentos nos últimos dias. No fim de semana, por exemplo, pessoas armadas invadiram o posto da concessionária que administra a rodovia BR-163, na região de Lucas do Rio Verde (MT). O grupo apedrejou uma ambulância e ateou fogo em um guincho.
Os ataques ocorreram no mesmo local onde há pontos de bloqueio de pessoas que não aceitam o resultado das eleições e pedem intervenção do Exército.
De acordo com o último balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável por liberar as vias, há nove pontos de bloqueios no país, 12 de interdições e, desde o início das manifestações, 1.236 retenções foram desfeitas.
Gabinete de crise
O gabinete de crise da PGR foi montado às vésperas de 7 de Setembro de 2021 a fim de monitorar grupos extremistas e que pudessem colocar a segurança pública em risco. Uma semana após as eleições de 2022 e com o crescimento de manifestações pedindo intervenção militar, uma portaria assinada por Aras tornou os trabalhos permanentes.
A publicação, de 8 de novembro, cria a Comissão Permanente de Atuação Coordenada para a Prevenção e Resolução de Crises e Conflitos (Cpac), que possui abrangência nacional e pode ser convocada pelo procurador-geral "em situações de crises e conflitos que envolvam a população e que, independentemente da dimensão, comprometam a ordem ou ameacem a segurança pública", como detalha nota da PGR.
Além do PGR, integram a comissão o vice-procurador-geral da República, os coordenadores das Câmaras de Coordenação e Revisão, o secretário-geral e o secretário de Cooperação Internacional do MPF. Podem ser incluídos nas reuniões, ainda, integrantes do Ministério Público Federal nos estados, sobretudo nas regiões em que há situações de maiores riscos.