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Polícia faz busca e apreensão em casa de chefe de gabinete de deputado distrital 

A suspeita é que Licergio Souza liderava um esquema de rachadinha entre funcionários do parlamentar Hermeto (MDB)

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

Câmara Legislativa do Distrito Federal
Câmara Legislativa do Distrito Federal

A Polícia Civil do DF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do chefe de gabinete do deputado Distrital Hermeto (MDB), Licergio Souza. Ao R7, o parlamentar negou o esquema e disse confiar em Licergio. Segundo ele, a ação seria um ataque de adversários. A polícia investiga as denúncias, feitas em 2019, sobre uma suposta prática de rachadinha na equipe do deputado.

A ação ocorreu por conta da gravação de um telefonema feito por um ex-funcionário do distrital. O R7 teve acesso ao áudio. Na ligação, o homem marca com uma mulher para conversarem sobre documentos que revelariam o esquema. Ele diz que teve dificuldades com a Receita federal na declaração de Imposto de Renda, porque teria recebido dois salários diferentes e não conseguiu fazer abates.

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O ex-funcionário afirma, na conversa, que antes de ser demitido era nomeado em um cargo de CL3, com salário de pouco mais de R$ 4000, e depois foi nomeado para outra função, CNE1, com um salário de R$ 11 mil, mas que ficava apenas com R$ 7 mil.

"O CNE1 é que é o causador da discórdia. Na verdade, dos R$ 167.500 de verba de gabinete, que pode diluir do jeito que quiser, pode até três [cargos] CNE", contou. De acordo com o homem, Licergio e outro funcionário ocupavam dois desses cargos. A terceira vaga era ocupada em um esquema de rodízio entre vários assessores constantemente nomeados e exonerados. A mulher pergunta se é desse que fazem a rachadinha e ele diz que "é desse e de outros".


A mulher pergunta se Licergio comandava o esquema e ele confirma. Diz que os documentos estariam no endereço de um parente e que ele não guardaria nada na própria casa. Entre os documentos haveria uma lista de nomes e valores.

Distrital Hermeto nega acusações contra chefe de gabinete
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Por telefone, o deputado Hermeto afirmou que a denúncia é "requentada". "É uma coisa de 2019, de rachadinha", afirmou. Ele disse saber da gravação e afirma que as vozes são de um sargento da Polícia Militar chamado Marcos Jorge, da ex-mulher do parlamentar, Vanusa Lopes.


"Eu confio plenamente nele. Não tem nada disso", reforçou. De acordo com o parlamentar, o sargento da PM que aparece na gravação também teria sofrido uma busca e apreensão. "Esse Marcos Jorge já tinha dito à polícia que não houve rachadinha. Ele foi exonerado e aí diz que houve", afirmou.

Hermeto também disse que processa a ex-mulher. "Estamos bem para a reeleição e minha ex-mulher não para", queixou-se. O parlamentar afirmou que já a processou por denunciação caluniosa e difamação e que foi inocentado de uma acusação de violência doméstica.


Posição oficial

O parlamentar reiterou que Licergio permanece no cargo também por meio de nota. "Licergio continua a frente da chefia do meu gabinete e as investigações vão comprovar que tudo não passa de uma injustiça. Essa denuncia é antiga, feita por ex-assessores que foram exonerados e nunca houve qualquer comprovação", afirma o texto.

"Sempre disse e reafirmo que não existe e nem existiu tal prática no meu gabinete. Esse tipo de operação, próxima às eleições, só mostram o quanto nosso trabalho tem incomodado. Não vão nos intimidar", encerra o texto assinado pelo parlamentar.

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