Polícia faz operação antibomba no DF após homem dizer que vai explodir sede da PM e da PF
Suspeito ameaçou detonar explosivos na manhã deste sábado; via N1 próximo ao Torre Palace está interditada
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília
A Polícia Militar do Distrito Federal realiza uma operação antibomba para verificar a presença de explosivos no carro de um homem que ameaçou explodir as sedes do Comando da PMDF e da PF (Polícia Federal) na manhã deste sábado (28). Segundo informações da corporação, o homem passou pelo Quartel de Comando Geral por volta das 6h40, disse que estava com explosivos e ameaçou detoná-los.
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Logo depois, o suspeito fugiu. Segundo relato dos PMs, ele apresentava fala desconexa e aparentava não estar em “plena saúde mental”. Os agentes foram atrás do veículo suspeito e o abordaram na N1, próximo ao Torre Palace.
A Operação Petardo foi acionada para averiguar se havia explosivos no carro, no entanto, não foi encontrado nenhum artefato no veículo. O trânsito foi liberado por volta das 10h, com o carro sendo retirado da via e o homem foi levado para a delegacia.
Mais de 25 ameaças este ano
Segundo dados levantados pelo R7, até o início de dezembro, a PMDF realizou 25 operações antibombas, conhecidas como Operações Petardo. O número é quase metade do total de ocorrências de 2023, quando a corporação atuou em 44 episódios. No entanto, a PMDF alerta que embora as Operações Petardo “tenham diminuído em relação ao ano passado, o dado não reflete a realidade, tendo em vista que tem se observando o uso de explosivos de maneira cada vez mais agressivas e com fins criminosos, a exemplo das ocorrências deste ano no STF, Rodoviária Interestadual e na Cidade Ocidental”.
Em anos anteriores, o número de operações foi mais baixo: 26, em 2022; 14, em 2021; e 24, em 2020.
As equipes do Esquadrão Antibombas do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) estão disponíveis 24 horas por dia, com condições de atuar em várias ocorrências simultaneamente.
O primeiro-tenente César Oliveira, comandante do Esquadrão Antibombas, explica que todo o Bope pode ser direcionado para atender esse tipo de demanda. Após a atuação do esquadrão, o artefato é levado para perícia a fim de identificar se o item realmente tinha potencial explosivo.
“A Polícia Militar tem investido muito na formação dos nossos operadores, inclusive com cursos em outros países, que sofrem demasiadamente com ataques terroristas ou extremistas ou mesmo aqui, no Brasil, em estados que estão no combate ao domínio de cidades”, afirmou Oliveira.
Custos e como acionar a polícia
Segundo o tenente, a corporação busca renovar os equipamentos antibombas. No ano passado, por exemplo, a PMDF lançou várias licitações para compras de diversos equipamentos. O material é utilizado em buscas, varreduras e nas demais Operações Antibombas, permitindo desde uma aproximação remota da equipe, até o manuseio de objetos. A corporação explica que o investimento em equipamentos antibombas, neste ano, foi de cerca R$ 1 milhão, “a primeira compra de Equipamentos Antibombas da história da PMDF”. “Apesar disso, mais investimentos precisam ser feitos e estão em andamento”, diz a corporação.
O primeiro-tenente César Oliveira orienta que em casos de suspeitas de bombas, a população deve ligar para o 190.
“Assim, uma equipe da PMDF vai atender a ocorrência e avaliar a necessidade de acionar o Bope. Sempre destacando que a prática de trotes é crime [sujeito a multa]. Além disso, em caso de suspeita, a pessoa deve se afastar e, se possível, isolar o local e o artefato, além de já acionar o 190″, reforçou.
Episódios de bombas no DF
Este ano, a Operação Petardo foi acionada, por exemplo, para o atentado protagonizado por Francisco Wanderley Luiz, que jogou bombas em direção ao STF (Supremo Tribunal Federal) e se explodiu em frente ao prédio. O caso aconteceu em 13 de novembro.
Entre outros episódios relatados, houve duas ameaças de bomba na Embaixada da Rússia, em julho e abril. O primeiro caso aconteceu após uma ligação anônima informar sobre a suposta presença de um artefato no local. Os trabalhadores acionaram a polícia, que não encontrou nenhum objeto.
Em julho, o suposto artefato explosivo estaria em um túnel que dá acesso ao prédio da embaixada, mas outra vez a Operação Petardo descartou a presença de bomba. E uma câmera de segurança do STF flagrou o passo a passo do atentado cometido por Francisco.