Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Presidente do Banco Central vai ao Senado pela segunda vez para explicar juros altos

Requerimento de convite a Roberto Campos Neto foi aprovado nesta terça-feira e ainda não tem data definida

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vai ter que explicar a taxa básica de juros e as decisões sobre a política monetária à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O requerimento de convite ao chefe do BC foi aprovado nesta terça-feira (27). Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida, o que é considerado alto pelo governo. 

Ao todo, três requerimentos de convite tinham Campos Neto como alvo. Um deles, do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), afirma que o "Brasil está estupefato" diante da manutenção da taxa de juros. Os outros requerimentos foram apresentados pelos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Plínio Valério (PSDB-AM).

Saiba mais: 'É importante respeitar as instituições', diz Campos Neto

"O choque com a decisão do Copom é de fácil compreensão. O Brasil passa por um claro processo de redução da inflação. O IPCA dos últimos meses tem sido reiteradamente abaixo das expectativas e desacelerou para apenas 0,23% em maio. A projeção do IPCA para 2023 do Relatório Focus — que o Banco Central afirma tanto levar em conta em suas decisões — caiu de mais de 6% para pouco mais de 5% nas últimas semanas. Já a prévia do IGP-M trouxe a maior deflação da história: 6,7% negativo no acumulado em 12 meses. E, talvez ainda mais importante, as expectativas de inflação para 2024 estão dentro do intervalo de flutuação da meta", disse Randolfe.


· Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp

· Compartilhe esta notícia pelo Telegram


A data da audiência com Campos Neto ainda não foi definida. Essa é a segunda vez que ele é convidado a ir à CAE para falar sobre o assunto. Em abril, ele esteve na comissão e defendeu a autonomia da entidade monetária, falou sobre regime de metas, comentou o índice de inflação no mundo e no Brasil, taxas de juros e política fiscal.

Na ocasião, ele disse que entre as causas dos juros altos estão a alta inadimplência, a baixa taxa de poupança e a dívida bruta acima da média. 


"O nosso trabalho é fazer a inflação convergir para a meta com o mínimo de custo social. A taxa de desemprego, que foi para um mínimo aí por algum tempo, voltou a subir um pouco, mas o último número já foi um pouco melhor. Quando a gente olha a massa de rendimento real, a gente vê que ela está voltando a subir. Obviamente, a gente gostaria que fosse muito melhor, todos os dados deveriam ser muito melhores, a gente trabalha para isso, mas a gente vê uma recuperação na margem. Então, não é verdade que o Brasil está afundando numa recessão sem fim", disse.

Comunicado do Banco Central

Em comunicado na quarta-feira (21), o Copom afirmou que vai continuar a adotar "cautela e parcimônia", mas não trouxe indicação de queda na próxima reunião, como era esperado por boa parte do mercado.

"O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", afirmou o BC, em nota, após a reunião do Copom.

A maioria do mercado prevê que o BC inicie o ciclo de flexibilização em agosto, exatamente um ano após finalizar o aperto monetário mais longo de sua história. Desde a reunião do Copom em maio, um conjunto de notícias favoráveis se acumulou no cenário inflacionário e foi reconhecido por membros do colegiado. A aposta é em uma sequência de quatro quedas no segundo semestre.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.