PSD e União fecham aliança para disputar presidências da Câmara e do Senado
Antonio Brito e Elmar Nascimento concordaram em apoiar o nome mais viável; Hugo Motta é apontado como possível candidato de Lira
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
As cúpulas do União Brasil e do PSD fecharam uma aliança nesta segunda-feira (9) com foco na disputa pelas presidências da Câmara e do Senado. Em um jantar que contou com a presença dos ministros da Comunicação, Juscelino Filho, e do Turismo, Celso Sabino, o líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), e o líder do PSD, Antonio Brito (BA), concordaram em apoiar o candidato mais viável das legendas para a presidência da Câmara.
Esse acordo foi firmado após o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB) ganhar destaque como o principal candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara dos Deputados.
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Brito e Elmar estavam em lados opostos na disputa pela presidência da Câmara, marcada para fevereiro de 2024. Brito tinha o apoio do Planalto, enquanto Elmar, por um período, contou com o apoio de Lira para disputar o comando da Casa.
No entanto, o cenário mudou quando Hugo Motta passou a ser o provável candidato do alagoano, conseguindo formar alianças com diferentes líderes e grupos ideológicos.
Ainda não foi decidido se Brito ou Elmar será o candidato na eleição, mas ambos concordaram que apoiarão aquele que tiver mais chances de enfrentar Hugo Motta até o fim do ano.
A aliança também garante ao PSD o direito de ocupar a vice-presidência do Senado. Na Casa Alta, o favorito para a disputa é o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que conta com o apoio de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A expectativa é que o acordo seja apresentado às bancadas dos partidos nesta terça-feira (10).
“Quando trabalhamos juntos, conseguimos ir mais longe. Unidos por algo maior, o compromisso de construir um Brasil onde o diálogo e o entendimento fazem a diferença”, publicaram Brito e Elmar nas redes sociais.
Hugo Motta é possível candidato de Lira à presidência
Hugo Motta emergiu nos últimos dias como o principal candidato à sucessão de Arthur Lira. Embora já fosse visto como um potencial candidato à Presidência da Câmara, a candidatura ganhou impulso após o vice-presidente da Casa e presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP), desistir de articular uma candidatura de consenso. Com isso, Motta se consolidou como a opção mais viável dentro do partido e entre aliados.
Ele já teve um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro e, em outro momento, também se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse último encontro contou com a participação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que é filiado ao Republicanos.
Mota tem 34 anos, é médico de formação e está no quarto mandato como deputado federal. Apesar de jovem, é reconhecido como um articulador experiente. Ele presidiu a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, a Comissão para a Privatização da Eletrobras e a CPI da Petrobras.
Além disso, Motta tem histórico de articulação em diversas bases políticas. Durante o governo de Michel Temer, atuou em sintonia com o Executivo. Com Jair Bolsonaro (PL), foi visto como um aliado. No governo atual de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Motta é considerado governista, mantendo uma postura alinhada com as orientações do Executivo na maioria das votações.