Quase 70% dos jovens atendidos pelo Bolsa Família em 2014 não precisam mais do programa hoje
Estudo da FGV analisou contextos sociais e regionais das crianças e adolescentes que cresceram assistidas pelo benefício
Brasília|Do R7
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A FGV (Fundação Getulio Vargas) publicou, nesta sexta-feira (5) baseado em dados administrativos do governo federal, um estudo que revelou que uma parcela significativa de adolescentes beneficiários do Bolsa Família em 2014 conseguiu progredir socialmente, não necessitando mais do programa atualmente.
A pesquisa analisou a última década do benefício, que assegura um valor mínimo de R$ 600 para famílias em situação de extrema vulnerabilidade social. Entre todos os participantes do programa em 2014, 61% já haviam deixado de receber o auxílio em 2025.
Leia Mais
Em uma análise mais detalhada sobre crianças e adolescentes assistidos, as taxas de desvinculação são notavelmente mais altas: 68,8% entre jovens de 11 a 14 anos e 71,25% entre aqueles com 15 a 17 anos.
Os “filhos” do Bolsa Família
O estudo se aprofundou nos jovens que cresceram sob a assistência do Bolsa Família, focando naqueles que tinham entre 6 e 17 anos em 2014.
Áreas Urbanas e Rurais:
- Nas áreas urbanas, 67% dos jovens conseguiram se desvincular do programa.
- Em contextos rurais, a taxa é menor, caindo para 55,46%.
Distribuição Regional e Gênero:
- A maior taxa de desvinculação foi registrada na região Sul (80%).
- A menor ocorreu no Norte (56%).
Em relação ao gênero, os homens apresentaram melhor desempenho, com 72% saindo do programa, enquanto a taxa para mulheres foi de 56%.
Raça/Cor:
Crianças e adolescentes brancos tiveram os melhores resultados, com uma taxa positiva de 72%.
Os jovens que menos conseguiram se tornar independentes do auxílio na vida adulta foram os indígenas (45%).
Contexto Familiar e Condição dos Pais
Outro ponto fundamental da análise foi o impacto da educação e da condição de emprego dos pais ou responsáveis.
Escolaridade dos Responsáveis:
Quando os responsáveis tinham nível médio ou superior, quase 70% dos jovens sob seus cuidados alcançaram a independência do programa.
Em contrapartida, em famílias cujo principal responsável não tinha sequer o nível fundamental, apenas 57% dos jovens não fazem mais parte dos assistidos em 2025.
Condições de Trabalho:
Dependentes de pais empregados com carteira assinada apresentaram um desempenho nitidamente superior (80% de desvinculação).
A taxa cai consideravelmente para 52% entre os jovens que dependiam de trabalhadores sem remuneração.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp
