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Relator do marco temporal quer garantir votação na CCJ no mesmo dia do julgamento no STF

Supremo retoma análise na quarta-feira; senador Marcos Rogério não prevê mudanças, para evitar que o texto volte à Câmara

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Marco temporal deve ser votado na CCJ na quarta
Marco temporal deve ser votado na CCJ na quarta Marco temporal deve ser votado na CCJ na quarta

O relator do marco temporal, senador Marcos Rogério (PL-RO), quer garantir a votação do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (20), mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal retoma o julgamento sobre o tema. A ideia do parlamentar é manter o texto original que veio da Câmara, a fim de evitar que a proposta tenha que ser analisada novamente pelos deputados federais. No entanto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pede "equilíbrio" no texto e tem feito um movimento para que haja mudanças. 

Marcos Rogério articula para garantir que o marco temporal seja decidido no Congresso antes da decisão do STF. Ele tem criticado a atuação dos ministros ao se debruçarem sobre o tema. "Não vale mais o que o Parlamento aprova e o que o Executivo sanciona. O que vale é aquilo que os juízes dizem que vale. Mas, quando você tem um ambiente como esse, de questionamento de tudo, sem fundamento, sem a limitação do texto constitucional, isso leva a insegurança também para quem está a decidir", disse. 

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A base governista, que é contra o projeto, já considera que o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), vai manter a votação no colegiado nesta semana. Também há um movimento da bancada ruralista para garantir urgência na análise em plenário. A estratégia da ala ambientalista é entrar com pedido de vista e pedir que o texto passe por outras comissões antes de ir ao plenário, como forma de dar mais tempo para que o STF decida sobre o tema. 

Equilíbrio

Pacheco indicou aos líderes partidários a pretensão de definir as mudanças no Congresso. Mas, para isso, pede um texto mais moderado, que atenda interesses dos dois lados. Na quinta-feira (14), o presidente contou que esteve com as ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) para tratar do assunto e que ficou "sensibilizado" com os argumentos. Ele falou do movimento de retirar do projeto temas estranhos à matéria e citou a flexibilização do acesso a áreas de povos isolados: "Esse tema tem que estar necessariamente no projeto do marco temporal? Talvez não. É essa sensibilidade que temos que ter".

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Não há indicação, por parte de Pacheco, de enviar o projeto para mais uma comissão. Mas tampouco há a expectativa de garantir a urgência na tramitação. Tudo vai depender de um consenso entre as partes. No plenário, o presidente afirmou que pautaria no "momento oportuno aquilo que foi o trabalho das comissões". "Cumpri o compromisso de dar a esse projeto a cadência devida, permitir a reflexão, debate, submeter às comissões", completou. 

O que diz a tese do marco temporal

O marco temporal cria a tese jurídica de que os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as terras que ocupavam ou já disputavam até a data de promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

No STF, o placar do julgamento está em quatro a dois contra a tese. Os ministros Edson Fachin, relator do caso, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso já votaram contra o marco temporal, por considerarem que a terra indígena deve ser definida por tradicionalidade. O ministro Nunes Marques teve um entendimento diferente e considerou que a falta de um marco causa insegurança jurídica. Ele foi seguido por André Mendonça.

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